Política monetária avança com visão técnica e pode surpreender, diz especialista

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Durante entrevista ao programa BM&C News, o especialista em mercado de capitais André Momberger avaliou que a condução da política monetária brasileira segue de maneira técnica e responsável. Segundo ele, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e os demais diretores têm adotado decisões alinhadas ao cenário econômico, mesmo diante de incertezas tanto no ambiente doméstico quanto internacional.

Momberger ressaltou que boa parte dos movimentos dos ativos financeiros no Brasil ainda é influenciada pelo cenário externo, conforme o próprio Galípolo mencionou recentemente em declarações públicas. “Galípolo está fazendo um trabalho técnico, assim como todos os outros diretores do Banco Central“, afirmou.

Inflação em arrefecimento e dólar mais controlado ajudam cenário interno

O especialista destacou que a inflação brasileira começou a apresentar sinais de arrefecimento, favorecendo as expectativas para a política monetária. Além disso, a recente valorização do real frente ao dólar contribui para conter pressões inflacionárias, ampliando o espaço para uma atuação mais flexível do Banco Central no futuro.

A taxa do dólar voltando para um patamar mais civilizado ajuda no contexto inflacionário. Além disso, teremos uma safra agrícola maior, o que favorece a queda nos preços dos alimentos“, explicou Momberger.

Esses fatores internos, somados a um ambiente global que pode caminhar para juros mais baixos, reforçam a perspectiva de estabilidade para a economia brasileira nos próximos meses.

Impacto da política monetária dos EUA e expectativas para os juros brasileiros

André Momberger observou que o Federal Reserve já ventilou a possibilidade de iniciar cortes na taxa de juros americana a partir de junho. Esse movimento, segundo ele, é positivo para os mercados emergentes e poderá beneficiar diretamente o Brasil.

Tanto é que isso está ajudando na recuperação dos mercados, apesar das novas tarifas comerciais“, analisou o especialista.

No mercado futuro, a curva de juros já antecipa essa possível melhoria. Momberger destacou que o DI27 — contrato de Depósitos Interfinanceiros com vencimento em 2027 — já precifica taxas mais baixas, indicando que o mercado enxerga a possibilidade de encerramento do ciclo de alta da Selic no patamar de 14,75% ao ano.

Possibilidade de redução da Selic a partir de 2026

De acordo com André Momberger, o cenário base aponta para a manutenção da taxa Selic em níveis elevados no curto prazo, mas, caso haja sinais de melhora fiscal no país, a antecipação de cortes de juros poderá se tornar viável.

Se eventualmente tivermos alguma boa notícia vinda do fiscal, talvez seja possível antecipar esse movimento de queda de juros“, avaliou. A recuperação da confiança fiscal, segundo ele, seria um fator decisivo para destravar novos fluxos de investimento e apoiar uma trajetória de crescimento sustentável.

O especialista ressaltou ainda que o comprometimento do Banco Central em manter a política monetária em bases técnicas, e não políticas, é um dos principais fatores que inspiram confiança no futuro da economia brasileira.

Isso me deixa bastante confortável. O processo está sendo conduzido de forma técnica, o que pode trazer boas notícias para 2026“, concluiu.

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