IA não é mais futuro — é agora

Em abril de 2025, estive no Google Cloud Next 2025, em Las Vegas, acompanhando de perto as transformações que estão redefinindo o mercado global por meio da inteligência artificial. A conclusão é clara: a IA já é real, presente e, mais importante, escalável.

Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, sintetizou com precisão o espírito do evento: “Há apenas um ano, falávamos da IA como algo transformador — hoje, ela já está transformando”. O uso massivo das soluções baseadas em IA confirma essa afirmação. Mais de 4 milhões de desenvolvedores já estão criando com a família Gemini de modelos do Google. O uso do Vertex AI cresceu 20 vezes nos últimos 12 meses, e o Google Workspace já acumula mais de 2 bilhões de assistências mensais baseadas em inteligência artificial.

Essa nova era é viabilizada por uma infraestrutura técnica de proporções inéditas: 42 regiões globais, 3,2 milhões de quilômetros de fibra ótica e mais de 200 pontos de presença. Além disso, a Cloud WAN tornou possível às empresas operarem na mesma rede privada utilizada pelo próprio Google, oferecendo mais desempenho, confiabilidade e custo reduzido. A tecnologia deixou de ser uma promessa futurista para se tornar um ecossistema funcional e acessível, pronto para escalar.

O que se percebe, com clareza, é que a inteligência artificial não é mais uma camada complementar de inovação. Ela se tornou a base da nova arquitetura tecnológica das empresas. Dados, infraestrutura, segurança, produtividade, colaboração — tudo agora passa a ser redesenhado com a IA no centro. Esse novo modelo exige uma forma de pensar os sistemas que seja mais dinâmica, responsiva e, sobretudo, inteligente.

Um exemplo concreto dessa transição pode ser visto nos novos agentes de IA. Eles não apenas respondem a comandos simples, mas atuam como microsserviços cognitivos, com a capacidade de tomar decisões, coordenar fluxos de trabalho e executar tarefas complexas de maneira autônoma. Isso expande o escopo de atuação da IA nas organizações e aponta para um novo modelo de operação digital, no qual a inteligência artificial não apenas suporta, mas lidera processos estratégicos.

No desenvolvimento de software, estamos diante de uma nova era. O Gemini Code Assist — a resposta do Google ao GitHub Copilot — representa um avanço significativo. Mais do que sugerir linhas de código, a ferramenta revisa pull requests, documenta automaticamente, gera funções completas e transforma intenção em código com fluidez. Essa mudança redefine o papel do desenvolvedor: menos foco em tarefas repetitivas e mais espaço para criatividade, estratégia e inovação.

A disrupção promovida pela IA reorganiza as prioridades tecnológicas dentro das empresas. A inteligência artificial não é mais uma aposta no futuro, mas um requisito presente. Ignorar sua adoção significa perder competitividade e eficiência. Por isso, mais do que testar soluções isoladas, é hora de integrar a inteligência artificial aos fluxos de trabalho, capacitar equipes e, principalmente, tratar dados como ativos críticos de negócio.

A IA também impõe um novo olhar sobre a governança de tecnologia. Transparência algorítmica, segurança da informação, privacidade de dados e responsabilidade no uso das ferramentas passam a ser fatores estratégicos. A transformação digital impulsionada pela IA não é apenas técnica — ela também é cultural e organizacional. 

A inteligência artificial deixou de ser um diferencial competitivo para se tornar um componente estrutural nas empresas. Organizações que compreenderem essa lógica estarão preparadas para escalar com mais agilidade, precisão e consistência nos próximos anos. O desafio agora é acompanhar a velocidade dessa mudança — e ela não espera por ninguém.

*Por Fabio Santos, CEO da LaunchPad Digital.

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