OpenAI demonstra interesse em adquirir Chrome do Google, diz executivo

A OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, demonstrou interesse em comprar o navegador Chrome do Google, segundo revelou um executivo da empresa durante o julgamento antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra a gigante das buscas. A declaração foi feita nesta terça-feira (22) em Washington (EUA), durante uma audiência que busca restaurar a concorrência no mercado de buscas online.

O responsável pela revelação foi Nick Turley, chefe de produto do ChatGPT, que testemunhou como representante da OpenAI no processo judicial. Segundo ele, a empresa consideraria seriamente adquirir o Chrome caso a Justiça determine que o Google deverá vender ativos para reduzir seu poder de monopólio nas buscas.

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Julgamento pode redefinir o mercado digital

A ação judicial representa um dos maiores embates antitruste da história do setor de tecnologia. O juiz Amit Mehta já reconheceu que o Google mantém um monopólio sobre o mercado de buscas online e publicidade digital associada, e o governo dos EUA busca medidas concretas para garantir a abertura do mercado.

Embora o Google não tenha colocado o Chrome à venda, os promotores defendem que a quebra do monopólio pode passar pela venda de ativos estratégicos, como o navegador. Turley argumentou que, caso isso aconteça, a OpenAI avaliaria a possibilidade de aquisição com o objetivo de melhorar seus serviços, como o ChatGPT.

OpenAI já tentou parceria com o Google pelo Chrome

Durante seu depoimento, Turley também revelou que a OpenAI procurou o Google em julho de 2023 para solicitar acesso à sua API de busca, com o objetivo de integrar a tecnologia ao ChatGPT. O Google recusou o pedido em agosto, alegando conflitos com outros concorrentes.

Acreditamos que ter vários parceiros, e em particular a API do Google, nos permitiria fornecer um produto melhor aos usuários”, afirmou Turley, citando um e-mail interno apresentado no tribunal.

OpenAI
OpenAI/Reprodução

Atualmente, o ChatGPT utiliza o mecanismo de busca Bing, da Microsoft, que também é uma das principais investidoras da OpenAI. Mesmo assim, a empresa afirma que ainda está longe de atingir seu objetivo de responder 80% das perguntas com uma tecnologia própria de busca.

Impacto da IA no ecossistema de buscas

O julgamento também lança luz sobre a crescente disputa entre big techs pelo domínio da inteligência artificial generativa. Promotores alertaram que o monopólio do Google pode comprometer a concorrência nessa nova frente tecnológica, ao utilizar sua base de busca para consolidar produtos de IA como o Gemini AI.

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Segundo Turley, a abertura de dados de busca a outras empresas, conforme propõe o Departamento de Justiça, aceleraria os avanços no ChatGPT, tornando-o mais preciso e relevante para o usuário.

Google tenta defender posição

Em sua defesa, o Google alegou que tem enfrentado forte concorrência de empresas como a Meta e a Microsoft no setor de IA. A companhia também destacou que flexibilizou acordos recentes com fabricantes de celulares, como Samsung e Motorola, permitindo a instalação de alternativas de busca e IA em novos dispositivos.

Peter Fitzgerald, executivo do Google, afirmou que os contratos atuais não impedem que parceiros comerciais instalem softwares concorrentes, inclusive de IA, nos dispositivos que produzem.

Ainda assim, os promotores defendem a necessidade de ações mais incisivas. O Departamento de Justiça quer barrar pagamentos do Google a empresas em troca de manter seu buscador como padrão em dispositivos, prática considerada nociva à livre concorrência.

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Fonte: Reuters

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