Geleia de mangaba, lembrança da infância

O nome do bairro Mangabeiras fazia jus a centenas de pés de mangabas, na minha infância no sitio da minha família gostava de colhe-las do chão, eram as melhores, docinhas com leve azedo, e o leite da fruta grudava nos beiços. Era tanta fruta que parecia cair do céu, tanto que minha mãe dona Nia, fazia suco. Relembrei as minhas doces lembranças no sitio em Mangabeiras ao provar a geleia de mangaba na Cooperativa Ecoagroextrativista (@coopearp). Docinha com leve azedinho, amei!

Geleia de mangaba da Coopearp

Agora se você também tem boas lembranças dessa frutinha amarela cheia de potinhos, deve salvar a data, dia 29 de abril das 16h às 20h, no Senac Poço, tem geleia de pimenta para degustar e vender no Alagostoso, é gratuito, é só chegar, basta inscrever no link. Gostou? Então vem comigo saborear essa história saborosa.

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Rita Paula e Eliene Lopes da Coopearp

Uma das 28 mulheres da Coopearp é a Eliene Lopes, nascida em Piaçabuçu nasceu no campo, planta, colhe e ajuda a preparar as receitas de geleias e doces. “Desde aos 9 anos, subo nas árvores para colher os frutos como tamarindo, uma por uma, faço com paciência, porque a fruta merece carinho”, conta agricultora mãe de seis filhos e três netos.

Já Rita Paula dos Santos revela, a melhor mangaba é a que cai no chão, bem madurinha. Na Cooperativa, ela vira geleia com a doçura certa, mas sem perder o azedinho que é só dela.

Doce de caju vai para o Alagostoso 

“Em Piaçabuçu não passamos fome, tem uma riqueza de frutas e o Rio São Francisco, e com a cooperativa nada se perde se transforma em doces. E a pimenta rosa tem mercado certo” conta alagoana, e adianta que para o evento do Alagostoso também vai levar doce de caju em calda, geleias de mangaba e tamarindo, e pimenta-rosa.

Pimenta rosa da Coopearp

Alagostoso é uma realização do Serviço Florestal Brasileiro (SFB/MMA), Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Governo do Estado de Alagoas, por meio do Edital de Valorização da Gastronomia Alagoana (Nº 13/2024), com apoio do Senac Alagoas.

Geleias de mangaba e tamarindo também para saladas

Para a professora e pesquisadora da UFAL, Flávia Moura, Piaçabuçu é muito mais do que as belezas naturais das dunas e da foz do Rio São Francisco. “O município está inserido em duas Áreas de Proteção Ambiental — a APA da Foz do Rio São Francisco e Dunas (federal) e a da Marituba (estadual) — que abrigam uma biodiversidade riquíssima”, destaca.
Professora da UFAL, Flávia, idealizadora do Alagostoso
Ela ressalta que, embora cooperativas e associações locais já realizem o beneficiamento de frutos nativos em doces e geleias, a dificuldade em escoar essa produção ainda é um desafio. “Feiras e eventos pontuais não são suficientes. Com o Alagostoso, queremos apresentar esses produtos para o principal mercado: Maceió — com seus bares, empórios e restaurantes”, explica Flávia.
 

Mais Alagostoso

De Piaçabuçu, a Associação Sabor Artesanal (@asso.sabor_artesanal) leva a doçura das balas de quebra-queixo e o talento empreendedor das mulheres que reinventaram uma tradição local. Na mesma cidade, a Cooperativa Ecoagroextrativista (@coopearp) com doce de caju em calda, geleia de mangaba, geleia de tamarindo e pimenta-rosa.

De Senador Rui Palmeira, a Cooperativa Cactus (@cactus.docurasdosertao) apresenta uma linha criativa e ousada com produtos como a geleia extra picante de umbu, umbunana com gengibre, licuri cristalizado e doce integral de umbu — tudo feito a partir de frutos nativos e em harmonia com o bioma local.

De Santana do Ipanema, chegam o molho artesanal de tomate cereja com manjericão e a geleia premium de acerola picante da Associação dos Agricultores Familiares de Santana do Ipanema (@associacao_afsi).

Já Palmeira dos Índios traz sua estrela: a jabuticaba, transformada em compotas, geleias, molhos defumados e até um fermentado conhecido como, vinho de Jabuticaba da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa (@coopcam_agroindustria).

 Maceió também marca presença com a Uniprópolis (@unipropolisoficial), levando mel e própolis da capital. E como convidado especial, o Cacau Matriz (@cacaumatriz_) apresenta seus chocolates  produzidos em Matriz de Camaragibe, com cacau cultivado também em outras cidades alagoanas.

 

Alagosto é financiado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do Serviço Florestal Brasileiro, e conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Alagoas, através do Edital de Incentivo à Valorização e à Inovação da Gastronomia Alagoana e conta com apoio Senac Alagoas e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Alagosto: dia 29 de abril, das 16h às 20h, no Senac Poço. Contato: 82 99351-8281

 
 
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