Samsung paga bilhões ao Google para usar Gemini como IA em celulares

Samsung e Google estão no centro de uma nova polêmica envolvendo inteligência artificial, após revelações de que a Samsung estaria pagando bilhões para tornar o Gemini a IA padrão em seus celulares. A informação surgiu durante uma audiência no caso antitruste do Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA contra o Google, que já enfrenta acusações de manter um monopólio no setor de buscas online.

Segundo o DOJ, o acordo com a Samsung é “remarkavelmente similar” aos contratos anteriormente considerados ilegais, como os firmados com a Apple, nos quais o Google pagava cerca de US$ 20 bilhões anuais para ser o buscador padrão nos iPhones. Agora, o foco se volta à IA generativa, com o Gemini sendo apontado como peça-chave dessa nova estratégia.

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Contrato envolve pagamentos mensais e bônus por ativação

Durante a audiência, o advogado do DOJ, David Dahlquist, afirmou que o Google aceitou pagar “somas enormes” à Samsung por meio de pagamentos fixos mensais, bônus por ativação e repasses relacionados à receita publicitária. Embora os valores exatos não tenham sido divulgados, a prática está sendo vista como a repetição do “manual do monopolista”.

app Google Gemini Android
Reprodução/PhoneArena

O contrato teria entrado em vigor em janeiro de 2025, antes do lançamento da linha Galaxy S25, e deve durar ao menos dois anos, com possibilidade de renovação até 2028. O acordo prevê a pré-instalação do Gemini AI como assistente padrão em todos os modelos premium da Samsung durante esse período.

A nova frente do monopólio: IA generativa

O governo norte-americano vê com preocupação a atuação do Google nesse novo campo da tecnologia. Dahlquist argumentou que excluir o Gemini das medidas corretivas poderia permitir que o Google reproduzisse seu modelo de monopólio, agora com ferramentas de IA generativa. Ele destacou que o tribunal precisa ser “previdente” e considerar o impacto dessas novas tecnologias no futuro do mercado.

Gemini Live libera compartilhamento de tela em tempo real no Android

Estamos falando do sucessor do mecanismo de busca. O Gemini e outros chatbots de IA como o ChatGPT são a próxima geração de como as pessoas buscarão informações online”, afirmou o advogado.

Defesa do Google: “Concorrência saudável”

Em contrapartida, o advogado do Google, John Schmidtlein, rebateu as acusações e classificou as propostas do DOJ como “uma lista de desejos de concorrentes que querem se beneficiar da inovação extraordinária do Google”. Segundo ele, o Gemini está fora do escopo do processo, pois representa uma nova linha de produtos ainda em expansão.

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O Google também publicou um comunicado em seu blog oficial defendendo o contrato com a Samsung e o desenvolvimento do Gemini. A empresa alertou que as medidas propostas pelo DOJ poderiam desacelerar a inovação americana, prejudicar a segurança dos usuários e colocar os Estados Unidos em desvantagem na corrida global de IA frente a países como a China.

A aposta da Samsung: tecnologia de ponta sem custo visível

Para a Samsung, a parceria é uma forma de garantir que seus aparelhos continuem sendo referência em inovação tecnológica, especialmente em um mercado cada vez mais competitivo. Ao incluir o Gemini de fábrica, a marca sul-coreana oferece uma experiência de IA generativa pronta para uso, sem exigir que o usuário faça downloads ou configurações adicionais.

Google Gemini pode transformar seus textos no Google Docs em podcasts

Contudo, críticos apontam que essa integração vem com um custo — não financeiro para o consumidor, mas em termos de privacidade e controle sobre os próprios dados. Afinal, os produtos “gratuitos” do Google geralmente são pagos com o compartilhamento de informações pessoais.

O verdadeiro custo dos “grátis”

Apesar de o Google insistir que suas plataformas como Chrome, Android e Gemini são oferecidas sem custo, especialistas lembram que esses ecossistemas foram desenvolvidos para manter a hegemonia da empresa no acesso à informação. Assim, ao tornarem-se onipresentes, dificultam a entrada de novos concorrentes no mercado.

A crítica maior recai sobre o fato de que os usuários acabam presos a um único provedor, com suas escolhas limitadas por acordos bilionários que ocorrem longe dos olhos do público.

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Fonte: sammobile

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