Elegível, Dom Odilo diz que preocupação com perfil ‘progressista ou conservador’ do novo papa

Dom Odilo Scherer concedeu entrevista coletiva sobre a morte do Papa Francisco – Foto: Divulgação/Luciney Martins/Arquidiocese de SP

Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (21) sobre a morte do Papa Francisco, Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, afirmou que as discussões sobre progressismo ou conservadorismo para o perfil do novo papa não serão prioridade no conclave.

“A preocupação na escolha do papa, com toda certeza, não é a questão se ele é progressista ou conservador. Essa é uma preocupação externa”, defendeu o cardeal de 75 anos no encontro com jornalistas.

Dom Odilo argumentou que o novo pontífice seguirá os ensinamentos da Igreja e que sua base está no Evangelho.

“A opção pelos pobres, a atenção a justiça social, o cuidado dos migrante, a preocupação com a paz pelo mundo, são posturas progressistas ou conservadores? Não, são posturas do Evangelho”, frisou.

Dom Odilo foge de especulações

Quando uma jornalista citou que torceria por uma vitória de Dom Odilo no conclave, ele riu e desconversou. “Todos têm direito de torcer”.

Arcebispo de São Paulo e cardeal participante do conclave, Dom Odilo falou sobre estilo de Papa Francisco – Foto: Divulgação/Luciney Martins/Arquidiocese de SP

O cardeal disse achar natural que surjam especulações, especialmente na imprensa, sobre a definição do novo padre, mas explicou que os nomes vão surgindo ao longo dos encontros após o início do conclave.

“[Os cardeais] livremente analisam a situação da igreja, falam das situações do mundo, dos desafios, das necessidades e por aí vão traçando o ‘identity kit’ [perfil] do que deve ser escolhido como papa. A escolha não vem de conchavos feitos anteriormente, isso é fantasia”, reforçou.

Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo recebeu a imprensa na Catedral da Sé nesta segunda-feira (21) – Foto: Divulgação/Luciney Martins/Arquidiocese de SP

Sobre a nacionalidade do futuro pontífice da Igreja Católica, o arcebispo de São Paulo falou que ninguém deve ficar surpreso se o novo papa for um africano, asiático ou europeu.

“Qualquer um que for escolhido como papa receberá o cuidado da igreja como um todo”, finalizou.