“Brasil tem taxa de emprego maior, que é bom, mas as custas de quê?”, diz analista

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,4% no trimestre encerrado em setembro, surpreendendo o mercado ao apresentar um índice abaixo das expectativas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira, o índice ficou levemente abaixo da previsão do mercado, que esperava uma taxa de 6,5%. O resultado reflete uma leve melhoria no mercado de trabalho nacional, trazendo expectativas positivas para a economia brasileira.

“Esse dado é decorrente do momento que o Brasil vive, depois de uma queda muito grande do emprego devido à pandemia, e agora não só o Brasil, como a maioria dos países, vem crescendo o nível de emprego, diminuindo o nível de desemprego”, explica Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Segundo análise de Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a queda da taxa de desemprego em setembro, impulsionada pelos setores da indústria e comércio, reflete uma recuperação no mercado de trabalho, alinhada ao crescimento econômico moderado que o Brasil vem experimentando.

“O aumento no número de empregados, especialmente com carteira assinada, fortalece a formalização, essencial para a arrecadação e estabilidade de consumo. No entanto, o recente aumento nos juros pode impactar essa trajetória positiva, pois encarece o crédito, reduz o consumo e pode inibir novos investimentos empresariais. Essa conjuntura traz desafios para a sustentabilidade desse avanço no emprego”, explica.

Relação entre o desemprego e a alta inflação no Brasil

A taxa de desemprego em setembro foi a segunda menor taxa de desemprego na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, acima somente dos 6,3% no trimestre encerrado em dezembro de 2013. No mesmo período do ano passado, foi de 7,7%.

Entretanto, segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, apesar desse dado importar, a economia é sempre um equilíbrio. Segundo ele, trazer muito muito emprego pode significar um aumento significativo da inflação no cenário atual.

Como esse muito emprego está acontecendo? Ah, porque a galera está ganhando mais, então emprega mais gente. Isso é muito bom, mas vai gastar muito mais, os preços sobem, aumenta a inflação, e aí tem que aumentar os juros para poder segurar, reduz o poder de compra das pessoas, reduz o valor do dinheiro, dólar sobe e assim sucessivamente“, explica Cohen.

A gente entra naquela bola de neve, aquele ciclo vicioso que é bem ruim para a economia de qualquer país, a gente já viu historicamente que isso não é bom. Por isso que é bom sempre manter o equilíbrio e crescer sempre, mas crescer de forma sustentável e pelos motivos certos, pelas práticas certas“, finaliza o especialista.


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