22ª Semana dos Povos Indígenas: museu do Piauí tem programação gratuita ao longo do mês de abril


Os primeiros habitantes do Piauí, os indígenas, contribuíram com o nome do estado e técnicas para a agricultura familiar. Este mês é considerado simbólico na luta dos povos originários no estado. 22ª Semana dos Povos Indígenas no Piauí – Museu do Piauí: Casa Odilon Nunes
Regis Falcão
A 22ª Semana dos Povos Indígenas no Piauí terá, a partir desta quarta-feira (15), uma programação especial e gratuita no Museu do Piauí – Casa Odilon Nunes, localizado na Praça Marechal Deodoro da Fonseca, a Praça da Bandeira, no Centro de Teresina. A programação segue até o dia 30 de abril, com a exposição “Experimentação Artística dos alunos do CETI Indígena Oka Ka Inaminanoko”.
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Conforme especialistas, os primeiros habitantes do Piauí, os indígenas, contribuíram muito mais do que com o nome do estado. Até a chegada dos colonizadores, por volta dos anos 1660, o território piauiense era uma região densamente habitada pelos nativos, provavelmente originados de povos pré-históricos.
Nesta terça-feira (15), a abertura da 22ª Semana dos Povos Indígenas tem como tema “Povos indígenas: os guardiões da Terra”, e conta com apresentações culturais, debates e a presença de representantes de diferentes etnias e instituições.
Programação
A partir das 8h30 – abertura oficial:
Hino do Piauí pelo Coral Indígena Terra (Warao e Guajajaras) do CETI Indígena Oka Ka Inaminanoko – regente Yovine Warao e educadora de música ancestral Aliã Wamiri Guajajara;
Dança do Toré – apresentada por indígenas Tabajaras;
Sessão extraordinária do Conselho Estadual de Cultura;
Presença do Comitê de Cultura do Piauí (Programa Nacional dos Comitês de Cultura);
A partir das 9h30 – mesa voltada a manifestação dos povos indígenas sobre as condições diferenciadas de território, saúde, educação e bem viver:
Facilitadora: Dora Medeiros – historiadora, diretora do Museu do Piauí e conselheira estadual de cultura;
Cacique Henrique Manoel: indígena Tabajara, diretor do Departamento dos Povos Originários da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários (Suirpo);
Cacica Delzenir Pereira: indígena Gueguê, de Uruçuí;
Professora doutora Claudete Dias: historiadora e autora de livros sobre povos indígenas;
Alexandre Mota: mestre em Arqueologia, escritor e ambientalista;
Laureni Dantas: sanitarista, conselheira da comissão intersetorial de saúde indígena do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Professora doutora Ariane dos Santos Lima: coordenadora do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal do Piauí (IFPI)/Teresina.
Professora doutora Jóina Freitas Borges: professora associada do Curso de Arqueologia da UFPI;
– Exposição “Experimentação Artística dos alunos do CETI Indígena Oka Ka Inaminanoko”. Período: 15 à 30 de abril de 2025 com visitas monitoradas.
As visitas no museu acontecem de terça à sexta-feira de 9h às 17h e aos sábados de 8h às 12h. Nesta quinta (17), sexta (18) e sábado (19), a Casa de Odilon Nunes não funcionará devido a Semana Santa.
Índio x Indígena
A data marca a luta dos povos originários pela sobrevivência desde a colonização do Brasil até os genocídios modernos. O Dia dos Povos Indígenas – e não mais o “Dia do Índio” – foi oficializado porque “índio” é considerada pelos estudiosos uma palavra problemática. Por ser um termo genérico e não considerar a diversidade dos povos indígenas.
O termo índio reproduz a visão do colonizador que remete à ideia eurocêntrica de que os indígenas são atrasados e iguais, desconsiderando as diferenças linguísticas e culturais. Em contrapartida, “indígena” é uma palavra que significa “natural do lugar em que vive”. O termo exprime que cada povo, de onde quer que seja, é único.
Povos indígenas no Piauí
O estado do Piauí abriga 7.378 indígenas pertencentes a cinco etnias, distribuídas em sete municípios, com destaque para Piripiri e Lagoa de São Francisco, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Neste mês de abril de 2025, o estado tornou-se o primeiro do Brasil a executar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Indígena, voltado aos povos originário. O objetivo é comprar a produção agrícola dessas comunidades e destinar para as entidades que atendem famílias em situação de vulnerabilidade.
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Outro exemplo de inclusão é o projeto “EJA Warao”, voltado à alfabetização de 80 indígenas em Teresina, com aulas ministradas em três idiomas: português, espanhol e warao — este último, língua nativa de uma etnia originária da Venezuela.
Fundado em 2016 como uma iniciativa comunitária, o Museu dos Povos Indígenas do Piauí – Anízia Maria (MUPI), localizado na comunidade Nazaré, em Lagoa de São Francisco, consolidou-se como um importante espaço de preservação cultural. Inicialmente voltado às etnias Tabajara e Tapuio Itamaraty, o museu expandiu seu alcance ao longo dos anos.
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