Mark Zuckerberg pode ser obrigado a vender o Instagram e o WhatsApp, dois dos aplicativos mais populares do mundo, em um julgamento histórico que teve início nesta segunda-feira (14) nos Estados Unidos. A acusação é liderada pela FTC (Comissão Federal de Comércio), órgão responsável por proteger os direitos do consumidor e a concorrência no país.
A FTC afirma que a Meta, controlada por Zuckerberg, agiu de forma anticoncorrencial ao adquirir o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014, com o objetivo de eliminar concorrentes e consolidar um monopólio no setor de redes sociais e mensageria.
Embora ambas as compras tenham sido aprovadas pelo próprio órgão na época, a FTC agora sustenta que essas decisões prejudicaram o ambiente competitivo e devem ser revistas. Caso a Meta perca o julgamento, a empresa poderá ser obrigada a desfazer as aquisições e vender os dois serviços.
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A estratégia por trás das compras
Segundo Rebecca Haw Allensworth, professora de Direito Antitruste na Universidade de Vanderbilt, a FTC vai usar as próprias palavras de Zuckerberg contra ele. Em e-mails internos obtidos durante a investigação, o executivo chegou a escrever que “é melhor comprar do que competir” — uma frase que pode servir como base central para o argumento de que as aquisições foram pensadas para neutralizar rivais.
“É difícil ser mais literal do que isso”, afirmou Allensworth à BBC.
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A estratégia da FTC é mostrar que o Facebook — nome original da Meta — reconhecia o potencial de crescimento do Instagram e do WhatsApp como ameaças e, em vez de competir, optou por comprá-los e consolidar seu domínio.
A defesa da Meta
Do lado da defesa, a Meta alega que as aquisições beneficiaram os usuários, permitindo melhorias significativas nas plataformas. A empresa afirma que, sob seu comando, o Instagram e o WhatsApp se tornaram mais seguros, eficientes e populares.
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Especialistas apontam que a linha de defesa será baseada na experiência do consumidor. A Meta deve argumentar que os apps evoluíram justamente por fazerem parte de um ecossistema maior, com acesso a recursos, infraestrutura e investimentos que possibilitaram sua expansão.
“Eles vão dizer que a verdadeira questão é: os consumidores estão em melhor situação com essa fusão?”, explica Allensworth. A empresa também tentará desqualificar a importância dos comentários de Zuckerberg como irrelevantes juridicamente.

Um julgamento decisivo
Espera-se que Mark Zuckerberg e a ex-diretora de operações da Meta, Sheryl Sandberg, testemunhem ao longo do julgamento, que deve durar várias semanas. O processo é considerado um dos maiores embates legais envolvendo empresas de tecnologia dos últimos anos.
O resultado pode redefinir os limites da atuação de grandes corporações no setor digital, especialmente quando se trata de fusões e aquisições.
Caso a FTC consiga provar que as aquisições foram feitas com a intenção de sufocar a concorrência, o impacto será profundo não apenas para a Meta, mas também para outras gigantes do Vale do Silício.

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Fonte: Reuters