Governo Tarcísio pretende vender áreas de pesquisa na região de Piracicaba; confira quais são


Pesquisadores afirmaram que a venda de 35 áreas do estado coloca em risco estudos para a produção de alimentos e de combate às mudanças climáticas. Instituto de Zootecnia de Nova Odessa
Divulgação/ Prefeitura Municipal de Nova Odessa
O governo de São Paulo divulgou, no diário oficial do estado, que pretende vender 35 áreas de pesquisa, ou parte delas, vinculadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).
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O anúncio veio por meio de uma convocação de audiência pública para ouvir a comunidade científica, que reagiu em negativa e afirmou que prática coloca em risco estudos para a produção de alimentos e de combate às mudanças climáticas (saiba mais abaixo).
Região de Piracicaba
A região de Piracicaba entrou na lista de áreas públicas de pesquisa que podem ser vendidas com:
Piracicaba (SP)
Apta Regional
Nova Odessa (SP)
Instituto de Zootecnia (IZ)
Além dessas cidades, o estado pretende vender áreas em Campinas; Cananéia; Dois Córregos; Gália; Iguape; Itapetininga; Itararé; Jaú; Jundiaí; Mococa; Monte Alegre do Sul; Nova Odessa; Palmital; Peruíbe; Pindamonhangaba; Piracicaba; Pirassununga; Registro; Ribeirão Preto; São Roque; Sertãozinho; Tatuí; Tietê e Ubatuba
Cientistas criticam venda
A Associação de Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) afirmou que a venda total ou parcial de áreas de pesquisa coloca em risco:
A segurança alimentar da população;
Estudos para combater a escassez hídrica, a contaminação de mananciais e o aumento da temperatura em diferentes regiões paulistas.
Isso porque, segundo a APqC, algumas dessas áreas, como as fazendas experimentais, são referência há décadas pelos estudos realizados pelos institutos públicos de pesquisa ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).
Em nota, a APcC cita a Fazenda Experimental que fica na Estância Turística de São Roque, especializada em agroecologia, e a Fazenda Santa Elisa, em Campinas, responsável pelo maior banco de germoplasma de café do mundo.
“É uma irresponsabilidade com a história e o patrimônio de São Paulo se falar em venda de área de pesquisa sem apresentar um único estudo sobre os impactos dessas medidas para as pesquisas em andamento, o meio ambiente e para a economia do Estado, já que essas áreas são fundamentais para o desenvolvimento regional, a produção de alimentos e os bons resultados atingidos pelo agronegócio paulista”, afirma Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC, em nota.
Audiência pública
A audiência pública ocorre na segunda-feira (14), às 10h, no Salão Nobre da Secretaria de Agricultura e Abastecimento no centro paulistano e tem como público-alvo os cientistas da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e dos institutos de Zootecnia, Biológico, Pesca e Agronômico.
O que diz o Estado
“A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realiza, na próxima semana, audiência junto à comunidade científica para debater a alienação de parte das áreas pertencentes à pasta. As informações detalhadas serão apresentadas durante a audiência pública.
O Governo do Estado esclarece que as áreas eventualmente alienadas não comprometerão as atividades de pesquisa, garantindo a continuidade integral da produção científica em São Paulo.
Importante salientar que estas áreas representam aproximadamente 5% das propriedades da pasta e parte do valor obrigatoriamente será revertido para novos projetos de pesquisa e modernização da infraestrutura das unidades da pasta”, afirma a SAA em nota ao g1.
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