35 mil servidores de Minas ganham abaixo do salário mínimo, alerta sindicato

Em Minas Gerais, um número significativo de servidores públicos enfrenta desafios salariais que os colocam abaixo do salário mínimo nacional. Essa situação afeta principalmente os Auxiliares de Serviços de Educação Básica (ASB), que desempenham funções essenciais nas escolas estaduais, como limpeza, manutenção e suporte administrativo. Recentemente, representantes sindicais destacaram essa questão em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do estado.

Os ASB, em sua maioria mulheres, recebem uma remuneração básica de R$ 1.466,59, valor inferior ao salário mínimo nacional de R$ 1.518. Essa discrepância salarial é vista como um descumprimento da legislação federal, que estabelece o salário mínimo como o valor necessário para garantir a dignidade e a sobrevivência dos trabalhadores. Paulo Henrique Santos Fonseca, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG), ressaltou a importância de corrigir essa situação.

Qual é a posição do governo sobre os salários abaixo do mínimo?

Durante a audiência pública, Rafael Divino de Vasconcelos, representante da Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag), reconheceu a situação dos trabalhadores. Ele mencionou que o governo espera melhorias após a aprovação de projetos de lei que visam a recomposição salarial dos professores. Com um reajuste proposto de 5,26%, retroativo a janeiro, espera-se que os salários dos ASB sejam ajustados para um valor acima do mínimo.

A deputada Beatriz Cerqueira, que coordenou a audiência, lamentou a falta de complementação salarial por parte do governo atual, destacando a necessidade de discutir essa questão no projeto em tramitação na Assembleia. A situação dos ASB não é isolada, já que outros servidores também enfrentam desafios salariais semelhantes.

Outras categorias também são afetadas?

Além dos ASB, cerca de 60,4 mil servidores públicos em Minas Gerais recebem até um salário mínimo. A maioria desses trabalhadores está nas diversas carreiras da educação, mas há relatos de casos semelhantes em outras áreas, como a saúde. A Seplag está ciente dessas questões e realiza estudos contínuos para encontrar soluções viáveis.

De acordo com dados do governo, a faixa salarial mais comum entre os servidores é de 2 a 4 salários mínimos. No entanto, uma pequena parcela, cerca de 1,2% do funcionalismo, recebe mais de 16 salários mínimos, o que equivale a um salário superior a R$ 24,2 mil. O governo foi questionado sobre a conformidade desses pagamentos com a legislação vigente, mas ainda não se posicionou oficialmente.

Quais são as perspectivas para a resolução dos problemas salariais?

A expectativa é que, com a aprovação dos projetos de lei em tramitação, haja uma melhora na situação salarial dos servidores públicos em Minas Gerais. No entanto, a solução completa para os desafios enfrentados pelos ASB e outras categorias depende de um esforço contínuo do governo e dos legisladores para garantir que todos os trabalhadores recebam um salário digno e em conformidade com a legislação federal.

O acompanhamento e a pressão por parte dos sindicatos e da sociedade civil são fundamentais para assegurar que as promessas de reajuste salarial sejam cumpridas e que os servidores públicos possam desempenhar suas funções com a dignidade que merecem.

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