“Fui vítima de uma tentativa de assassinato”, alega serial killer sobre morte de barbeiro

Albino Santos de Lima, o serial killer de Maceió, está sendo julgado em júri popular, na manhã desta sexta-feira (11), pelo homicídio de uma das 18 vítimas que é acusado de matar, o barbeiro Emerson, e por tentar matar R.V.S, um amigo do adolescente que estava com ele. O caso foi registrado no dia 21 de junho de 2024. 

Durante depoimento, o assassino em série alegou que agiu em legítima defesa e disse que a acusação era, parcialmente, falsa. “Estava bem intencionado. Enfrentei o mal, entendeu? Eu choro a perda de um filho, mas ele era de facção, ia me matar, bater em mim. Não tive escolha. Esse caso é uma exceção, um caso à parte. Fui vítima de uma tentativa de assassinato”, declarou.

Emerson Wagner da Silva, de 17 anos, mais conhecido como “Emerson do corte”, foi morto no dia 21 de junho de 2024, no bairro da Ponta Grossa, na capital alagoana. O adolescente teria ido atrás de Albino, junto a um amigo, para tirar satisfação com ele, após o assassino em série tentar invadir a casa da namorada do barbeiro.

Enquanto seguia o suspeito, ele enviava vídeos e mensagens para a namorada. Depois disso, ele foi encontrado morto na Vila Santa Maria, atingido por disparos de arma de fogo, sendo três na cabeça e um no ombro esquerdo. Albino disse que foi à igreja naquele dia e que sempre fazia o percurso armado. “Estava bem intencionado. Conheço a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse”.

O adolescente foi a 16ª vítima assassinada pelo acusado. O serial killer disse que teria implorado para ir embora, depois de ser abordado pelos dois, e que tentou todos os meios para evitar o confronto. “Quando chegou naquele beco ele falou: ‘vou furá-lo’. Não tinha cabimento, eu, um homem armado e qualificado, entrar numa farmácia para pedir socorro.
Ele foi sacar a faca, eu saquei a pistola. Foi exatamente a cabeça, ele ia matar. Mesmo eu sendo agente penitenciário, diante da situação não procuro autoridade, ali eram dois marginais”.

Fotos das lápides

O assassino em série tinha o costume de tirar fotos das lápides das vítimas que matava. Os arquivos foram encontrados no celular dele, durante a perícia realizada após a apreensão do aparelho pela Polícia Civil de Alagoas.

“Isso é um distúrbio, essa questão não tem nada a ver com o senhor Emerson. É um distúrbio que estou passando, tirava essas fotos, mas não era com más intenções, é uma questão de distúrbio mental. Essas fotos eu não me recordava”, explicou.

Guerra na Ucrânia

Albino é pensionista do INSS, depois de ser afastado de suas funções como agente penitenciário terceirizado da Seris, quando sofreu uma acidente de moto. Ele, que tem apenas o segundo grau completo, ocupou a função por 15 anos.

No entanto, mesmo com esta formação e experiência profissional, o acusado revelou um desejo peculiar, motivado por seu gosto por conflitos armados. “Eu gosto de guerra, queria lutar na guerra da Ucrânia a favor da Rússia”.

A guerra no leste europeu iniciou em 2022 e, desde então, mais de 100 brasileiros se disponibilizaram para lutar pelo exército ucraniano, no entanto, estimativas recentes apontaram que apenas cerca de 40 continuam atuando no país. Dados do Itamaraty, compilados até dezembro de 2024, apontam que 12 brasileiros morreram durante o confronto.

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