Ex-esposa depõe em júri e conta como era relacionamento com serial killer de Maceió

A ex-esposa de Albino Santos de Lima, o serial killer de Maceió, foi ao banco das testemunhas durante o júri popular que ocorre nesta sexta-feira (11), no Fórum do Barro Duro, na capital. O julgamento é referente a um dos 18 assassinatos dos quais Albino é acusado – do barbeiro Emerson, e a uma tentativa de homicídio contra um amigo de Emerson.

A mulher contou que foi casada com o assassino em série por 14 anos, tendo se separado em 2019 – ano em que o criminoso fez sua primeira vítima, a idosa Genilda Maria da Conceição, de 75 anos. Tatiana disse que só descobriu a existência das acusações recentemente, por meio da imprensa.

“No meio do casamento ele começou a ser agressivo comigo. O cachorro urinou na sala e ele queria me fazer lamber a urina do cachorro. Se ele quisesse um copo d’água, tinha que pegar. Comida era tudo na mão, se não ficava muito agressivo”, relembrou a mulher, que disse que era tratada feito “escrava” pelo ex-marido.

Em uma das situações de abuso relatadas por Tatiana, ela disse que Albino foi buscá-la no trabalho e falou que tinha uma surpresa, dentro de uma sacola. “Quando abri, o que tinha era uma balaclava e uma algema”.

Depois disso, o casal entrou em um ônibus, quando o homem a mandou descer em um ponto ermo, aleatoriamente. “Disse que a gente ia descer num canto, só que eu não desci. Não tinha muita gente, era perto de mato. Quando cheguei em casa, contei para todo mundo”.

É a partir deste episódio que a mulher começa o processo de separação de Albino. Mas foi somente quando ele sofreu um acidente e foi ficar na casa do pai, que ela aproveitou para se divorciar definitivamente. A acusação abriu mão de fazer perguntas à ela, que respondeu apenas aos questionamentos da defesa e do Ministério Público de Alagoas.

Ex-genro percebeu abusos sofridos pela sogra

O ex-genro do serial killer – marido da filha da ex-mulher de Albino – também foi ouvido e disse que percebeu que a sogra estava passando por situações que “não eram normais”. “Ela vivia dopada 24h por dia e minha esposa indo pelo mesmo caminho, até o ponto que teve a coragem de me dizer que era agredida”.

“Ele ordenou que ela limpasse o chão lambendo o mijo do cachorro. Minha esposa sempre estava meio revoltada, nunca foi de obedecer ele, isso deixava ele furioso”, contou.

O que disse a defesa

Sobre os crimes em julgamento, o advogado de Albino, Geoberto Luna, alegou que ele agiu em legítima defesa e disse que o cliente demonstra insanidade mental.

“Ele primeiro foi atacado, procurado, seguido, e duas pessoas procuraram ele e ele reagiu e matou as pessoas. Não tem nenhuma relação com os outros casos que ele matava as vítimas, as mulheres. Isso foi um caso típico de legítima defesa. Ele foi seguido, procurado, filmado por duas pessoas. Com medo de ser morto, ele matou. Tem nada a ver com a questão dos outros homicídios, que matou várias mulheres, menores, tal, tá certo? Completamente diferente desse. Pelo transtorno de ansiedade dele, depressão dele, qualquer pessoa fica muito agressiva, com medo das coisas, ele com medo de morrer, matou esse pessoal”, disse o advogado.

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