Gupy: IA comanda seleção

Mais da metade (60%) dos profissionais contratados por meio da plataforma da Gupy fazem parte das 10 primeiras recomendações feitas pela inteligência artificial da HRtech, uma das maiores do Brasil no segmento.

A maioria absoluta (86%) está entre as 50 primeiras sugestões da IA.

Os dados fazem parte de uma divulgação da Gupy, que pela primeira vez abriu dados mais específicos sobre a influência da tecnologia no processo como um todo. 

Os dados relativos a recrutamento e seleção (R&S, no jargão de RH) são os mais interessantes para os milhares de profissionais aplicando em vagas por meio do Gupy. 

“Estamos testemunhando uma revolução na gestão de pessoas com o uso da IA. A tecnologia não apenas otimiza processos, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais diverso, justo e eficiente. No entanto, sua implementação deve ser feita de maneira ética e transparente, garantindo que o fator humano continue sendo essencial nas decisões estratégicas”, afirma Guilherme Dias, CMO e cofundador da Gupy.

Em 2025, a empresa soma mais de 3,5 milhões de contratações feitas por empresas que utilizam a plataforma, registrando uma média mensal de 100 mil vagas publicadas e 90 mil contratações feitas pelos seus mais de 4 mil clientes, como Itaú, Ambev, GPA e Vivo.

REVIRAVOLTA 

Nas entrelinhas, a divulgação da pesquisa mostra que a Gupy voltou a buscar associar-se ao termo IA (o que parece irresistível para todo mundo hoje em dia), depois de ter buscado se distanciar da tecnologia. 

Em junho do ano passado, um post descrevendo a frustração de um usuário com a plataforma viralizou no Linkedin. 

O texto expressava um medo comum dos usuários: o de que na verdade, ninguém está realmente olhando os currículos enviados, tornando a participação nos processos um exercício inútil e profundamente frustrante.  

(Justiça ou injustiça à parte, parece difícil de acreditar que alguém olha o currículo número 100 da fila quando em 60% das vezes a vaga vai para os 10 primeiros).

Na época, a CEO da Gupy, Mariana Dias, reagiu com uma postagem também no LinkedIn, no qual se distanciou do termo “IA”, que tinha virado o símbolo do problema para os candidatos. 

No texto, Dias disse que a Gupy era só um ATS, sigla em inglês para sistema de rastreamento de candidatos, um tipo de tecnologia usado para gerenciar processos seletivos cujas raízes estão nos anos 70.

“O software de recrutamento da Gupy é um “ATS”. Uma sigla em inglês que se você pesquisar no Google vai entender que é uma categoria de plataforma para RH que existe há muitos anos no Brasil e outros países”, resumiu Dias.

Na explicação de Dias, a “IA” da Gupy se limitaria a fazer uma classificação inicial de currículos, ordenando candidatos com bases nos “critérios essenciais” definidos por quem está fazendo a seleção, sem eliminar candidatos.

De acordo com a CEO, eliminações automáticas, do tipo que os usuários se queixam de estar sofrendo, só acontecem em casos específicos, como não ter carteira de motorista, numa vaga que exige habilitação.  

“Em todas as outras etapas não existe IA da Gupy. Sim, é só isso, gente. Pois é. Tantas afirmações aqui nessa rede falando que a Gupy reprova, ou elimina candidato, ou contrata de forma injusta, isso não existe, pois novamente somos o ATS, quem faz a seleção são as empresas”, resume Dias. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.