Inflação dos EUA recua e eleva chance de corte de juros, avalia estrategista

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos recuou mais do que o esperado em março de 2025, alimentando as apostas do mercado por um cenário de alívio na política monetária do Federal Reserve. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 9, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1% na comparação mensal, contrariando a expectativa de alta de 0,1%, e marcando a primeira queda desde maio de 2020.

Na comparação anual, a inflação geral desacelerou para 2,4%, abaixo dos 2,8% registrados em fevereiro e também aquém da projeção de 2,6% do mercado. Trata-se do menor patamar desde setembro do ano passado.

O núcleo da inflação, que exclui os itens mais voláteis como alimentos e energia, também veio abaixo do esperado, registrando alta de 0,1% no mês, frente à expectativa de 0,3%. Na comparação anual, o núcleo subiu 2,8%, menor nível desde março de 2021 e abaixo dos 3,1% de fevereiro e da previsão de 3%.

Núcleo do CPI

A desaceleração do núcleo foi puxada por avanços mais lentos em diversas categorias importantes:

  • Moradia: +4,0% (ante 4,2% em fevereiro)
  • Serviços de transporte: +3,1% (ante 6,0%)
  • Assistência médica: +1,0% (ante 2,3%)
  • Vestuário: +0,3% (ante 0,6%)
  • Carros e caminhões usados: +0,6% (ante 0,8%)

Nos componentes da inflação geral, o índice de energia teve queda expressiva de 3,3% no acumulado de 12 meses, com destaque para a gasolina, que caiu 6,3%, compensando altas pontuais em eletricidade e gás natural. Por outro lado, os preços dos alimentos avançaram 3% no período, com alta de 0,4% apenas em março.

A surpresa positiva reforça a perspectiva de que o processo de desinflação nos EUA segue em curso, em meio à expectativa de que o Fed possa ter espaço para começar a reduzir os juros ainda em 2025. A próxima decisão do banco central americano será acompanhada de perto pelos investidores, especialmente diante dos sinais de arrefecimento da inflação.

CPI: inflação além dos números

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, o dado do CPI de março foi bastante positivo, não apenas por ter vindo abaixo das expectativas, mas por aproximar a inflação americana da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve.

Saímos de uma projeção de 2,8% para 2,6%, mas o número veio ainda melhor, em 2,4%. E o que chama atenção é que a desaceleração apareceu em várias categorias, com destaque para combustíveis, que já mostraram recuo significativo ao longo de março“, destacou.

Cruz acrescenta que o movimento nos preços da moradia também foi relevante, com o menor avanço mensal em meses, algo que o próprio presidente do Fed, Jerome Powell, já indicou como necessário para controlar a inflação.

Esses sinais fortalecem a expectativa de corte de juros em maio, já que os dados de abril, que têm mostrado quedas ainda mais acentuadas nos preços, devem ser conhecidos antes da próxima reunião do Fed“, completou.

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