Mãe descobre câncer raro em filho após o banho: “Algo me dizia que não era normal”

Alexandra, 40 anos, viu sua vida mudar por completo ao notar um pequeno caroço no bumbum do filho Rafferty, então com apenas dois anos, logo após o banho. Naquele instante, algo lhe dizia que havia algo errado. O que começou como um cuidado rotineiro de mãe acabou se tornando o início de uma longa e angustiante jornada até o diagnóstico de um câncer raro.

“Na hora, percebi que não era algo comum. Ele sempre teve a pele lisinha, e aquele nódulo era estranho”, relembra. Preocupada, ela levou o menino ao clínico geral em janeiro de 2023. Um ultrassom foi solicitado, mas mesmo após o exame, nenhuma resposta concreta veio. “Rafferty foi encaminhado para uma consulta que deveria ocorrer em até duas semanas, mas tudo estava parado. A carta ainda estava na mesa de um médico, esperando análise.”

Sem respostas e com o nódulo crescendo — chegando ao tamanho de uma uva —, Alexandra buscou atendimento privado. Lá, foi orientada a levar o filho diretamente ao pronto-socorro. Na emergência, os médicos acreditaram se tratar de um tumor benigno, mas nenhuma biópsia foi feita. O tempo passou, e a dúvida persistia. Alexandra seguiu o que chamava de “instinto materno” e insistiu por mais exames.

Foi somente em novembro que um novo ultrassom foi feito, seguido por ressonância magnética e, finalmente, uma biópsia em dezembro. O diagnóstico confirmado veio no fim do ano: Rafferty tinha um sarcoma fibromixoide, um tipo raro e maligno de câncer que atinge os tecidos moles. No Reino Unido, cerca de 15 pessoas recebem diagnósticos de sarcomas diariamente.

“Na época, eu nem sabia o que era sarcoma”, conta Alexandra. “Mas levei um ano inteiro para descobrir. Foi um período em que eu me sentia sozinha, achando que estava exagerando, mas algo dentro de mim dizia para não desistir.”

O diagnóstico foi um alívio e, ao mesmo tempo, uma sentença dolorosa. “Você pensa o pior, porque ele é tão pequeno. Foi devastador. Tivemos que processar o inimaginável, mas precisávamos reunir forças para o que viria a seguir.”

Em janeiro de 2024, Rafferty passou por cirurgia no Royal National Orthopaedic Hospital, em Stanmore (Reino Unido), para remover o tumor. “Os dias antes da operação foram tomados por ansiedade e esperança. Nada prepara um pai para isso, mas descobrimos uma força que não sabíamos que tínhamos.”

Ela também compartilha a angústia de ver outras crianças em tratamento oncológico: “É de partir o coração. Quase nos sentimos culpados por não estarmos passando pelo mesmo que algumas famílias. Mas, de repente, estávamos ali também. É surreal.”

Hoje, ela faz um alerta a outros pais: “Confie no seu instinto. Verificou algo diferente no corpo do seu filho? Não hesite. Consulte o médico. No começo, eu até pedi desculpas por estar ali, achando que estava exagerando. Mas se eu tivesse ignorado, talvez fosse tarde demais.”

A história de Rafferty emocionou tanta gente que Alexandra decidiu correr a Maratona de Londres para arrecadar fundos para a Sarcoma UK. A diretora da instituição, Kerry Reeves-Kneip, elogiou a coragem da família e destacou a importância de continuar investindo em pesquisa e diagnóstico precoce. “A história do Rafferty é um exemplo claro de como o atraso no diagnóstico pode impactar profundamente famílias. A luta dele nos lembra por que o nosso trabalho é tão urgente”, concluiu Kerry.

 

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