Ibovespa fecha em forte alta impulsionado por trégua nas tarifas dos EUA e sinalizações do FOMC

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado financeiro brasileiro encerrou esta quarta-feira, 9 de abril de 2025, com forte valorização, embalado por alívio nas tensões comerciais e sinais de cautela vindos da política monetária dos Estados Unidos. O Ibovespa subiu 3,12%, fechando aos 127.796 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro pregões negativos que haviam acumulado queda de 5,5%.

No câmbio, o dólar comercial caiu 2,53%, encerrando cotado a R$ 5,8467. Investidores celebraram o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que suspendeu por 90 dias as tarifas de importação sobre produtos do Brasil e de outros países — a exceção ficou para a China, que teve suas tarifas elevadas para 125%. A medida trouxe um importante respiro para os mercados, reduzindo temores de uma escalada na guerra comercial.

Ata do FOMC: cautela, mas abertura para mudanças

Além do alívio nas tarifas, os investidores digeriram hoje a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que reforçou o tom cauteloso do Federal Reserve. O documento destacou a elevada incerteza sobre o cenário econômico e reconheceu riscos crescentes tanto para a atividade quanto para a inflação.

A preocupação com uma possível desaceleração da economia americana já estava no radar na reunião de março. A ata revelou que o Fed está confortável em manter a atual política monetária enquanto espera por sinais mais claros dos rumos da economia. Como apontou a economista Andressa Durão, do ASA, “o Fed está em boa posição para esperar por mais clareza no cenário econômico antes de tomar novas decisões.”

Ainda segundo o documento, os dirigentes do Fed discutiram a possibilidade de antecipar cortes de juros caso o mercado de trabalho apresente sinais mais evidentes de fraqueza. Por outro lado, a manutenção de juros elevados dependerá de um movimento mais firme das expectativas de inflação.

Para contribuir com a estabilidade do sistema financeiro, o Fed também decidiu reduzir o ritmo de enxugamento de seu balanço patrimonial, limitando a venda de títulos do Tesouro a US$ 5 bilhões mensais — bem abaixo dos US$ 25 bilhões anteriores. A medida tem como objetivo proteger a liquidez do mercado e minimizar riscos ligados ao teto da dívida federal.

Destaques da Bolsa: commodities puxam ganhos

No mercado doméstico, as blue chips foram protagonistas. As ações da Vale (VALE3) avançaram 5,4%, apoiadas na recuperação do preço do minério de ferro e na trégua comercial. Petrobras (PETR4) também teve dia de alta expressiva, com ganho de 4%, refletindo a valorização do petróleo no mercado internacional.

O giro financeiro da sessão ficou em R$ 27,6 bilhões, acima da média dos últimos 12 meses (R$ 16,4 bilhões), mostrando um mercado aquecido e com apetite por risco.

Wall Street também reage com força

Os principais índices de Nova York acompanharam o otimismo global e fecharam em alta robusta:

  • Nasdaq: +12,16%
  • S&P 500: +9,52%
  • Dow Jones: +7,87%

O alívio nas tensões comerciais e as indicações de que o Fed deve adotar uma postura paciente com relação aos juros deram força aos mercados acionários internacionais.

Perspectivas

Com as incertezas ainda presentes, o mercado segue atento aos desdobramentos da política monetária americana e à evolução dos dados econômicos. A próxima reunião do FOMC, marcada para 6 e 7 de maio, será crucial para calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros nos EUA e o ritmo de crescimento da economia global.

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