Justiça Eleitoral cassa mandato de vereador do Pará que fez eleitores usarem ‘óculos espião’ nas urnas


Político foi alvo de um escândalo durante as eleições de outubro de 2024. Eleitores foram flagrados utilizando óculos com microcâmeras, um dispositivo que permitia filmar o momento em que os votos eram depositados nas urnas. Vereador de Ourilândia do Norte tem o mandado cassado por compra de votos
A Justiça Eleitoral determinou a cassação do mandato do vereador de Ourilândia do Norte, no sul do Pará, Edivaldo Borges Gomes (MDB), conhecido como “Irmão Edivaldo”, após acusações de compra de votos. A sentença foi assinada no sábado (05) e divulgada na segunda-feira (07).
O político, que havia sido reeleito pelo MDB, foi alvo de um escândalo durante as eleições de outubro de 2024. Eleitores foram flagrados utilizando óculos com microcâmeras, um dispositivo que permitia filmar o momento em que os votos eram depositados nas urnas.
Apesar de ter sido o terceiro candidato mais votado nas eleições, com 848 votos, Edivaldo foi declarado inelegível por oito anos. O político perderá o cargo na Câmara Municipal de Ourilândia do Norte, e até o momento, não foi divulgado quem assumirá sua vaga.
Até a publicação da reportagem, o g1 não conseguiu contato com a defesa do vereador.
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O caso
Nas eleições de 2024, vários eleitores foram flagrados utilizando óculos com microcâmeras, o dispositivo filmava o momento em que os votos eram depositados nas urnas.
A compra de votos foi descoberta após fiscais da eleição identificarem que vários eleitores estavam usando os acessórios na cabine de votação.
Uma equipe da Justiça Eleitoral foi acionada e, ao inspecionar os óculos, encontrou um chip escondido, confirmando a fraude.
O caso foi registrado na Delegacia de Ourilândia do Norte, onde as investigações mostraram que o esquema era parte de uma tentativa de manipulação do processo eleitoral. Os eleitores envolvidos foram chamados para prestar depoimento.
Vereador também foi alvo de operação do Gaeco
Irmão Edivaldo, que havia sido preso em flagrante durante a operação, foi liberado após pagar fiança. Em defesa, ele negou as acusações e chegou a se pronunciar na Câmara de Vereadores, mas a Justiça, após meses de apuração, concluiu que ele era responsável pela fraude eleitoral
Em novembro de 2024, o vereador também foi alvo de uma operação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Civil. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em sua casa e no gabinete parlamentar. Documentos foram apreendidos, e três filhos do político, além de dois de seus apoiadores, também foram investigados.
Vereador tem mandato cassado em Ourilândia do Norte, no Pará.
Reprodução / TV Liberal
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