Justiça manda Alexandre Frota apagar vídeo polêmico que expôs médica durante fiscalização

A Justiça determinou que o vereador Alexandre Frota (PDT) e o Facebook retirassem do ar um vídeo que expôs a médica Carolina Crespilho durante uma fiscalização feita por Frota em um hospital de Cotia, na Grande São Paulo.

A decisão foi tomada pela juíza Renata Pedreno na última sexta-feira (4), que entendeu que a conduta da parlamentar desrespeitou um profissional da saúde. Caso a ordem judicial seja descumprida, Frota e o Facebook estarão sujeitos a uma multa diária de R$ 50 mil, com limite de R$ 500 mil.

Justiça obriga Alexandre Frota a remover vídeo polêmico das redes sociais  – Foto: Arquivo pessoal/@alexandrefrota_oficial/ND

Alexandre Frota publica vídeo polêmico

O vídeo foi publicado por Frota em sua conta pessoal no Facebook na última  quarta-feira (2). Na gravação, o vereador realiza uma vistoria na UPA Atalaia e denuncia a falta de remédios, ar condicionado e médicos dormindo.

Ele também afirma que os profissionais visados ​​impedem sua fiscalização com um documento. Na filmagem, Carolina Crespilho aparece pedindo para que Frota saia do hospital, alegando desrespeito aos trabalhadores do local.

Medida judicial

A juíza Renata Pedreno também proibiu Frota de fazer novas mensagens que mencionem a médica ou qualquer outra parte envolvida, sob pena de multa adicional. A sentença enfatiza que futuras fiscalizações realizadas pelo vereador devem respeitar os profissionais e as normas dos locais vistoriados, sem intimidação ou uso de gravação.

Reações de entidades médicas

A Associação Paulista de Medicina (APM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) emitiram uma nota de apoio à médica e criticaram a atuação do vereador. “Os vereadores têm a missão de fiscalizar o serviço público, mas não podem adentrar em hospitais e UPAs sem autorização, muito menos interferir diretamente no atendimento médico”, diz o comunicado.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) também se posicionou contra o comportamento de Frota, considerando sua ação como “constrangedora e ilegal”.

Frota se defende

Em suas redes sociais, Alexandre Frota comentou sobre a decisão judicial, informando que havia ordem por meio de um amigo que leu sobre a decisão na imprensa. “Eu não estou sabendo e preciso ser notificado ainda pela Juíza, para que eu possa retirar o vídeo. Ninguém me encontrou, oficial de justiça, não me ligaram, não enviaram email, nada. Vou aguardar ser intimado, aí eu retiro o vídeo. Ordem judicial eu cumpro”, escreveu o parlamentar.

Ele também reiterou que, como vereador, acredita ter o direito de fiscalizar os serviços públicos. “Não estou desrespeitando”, afirmou Frota no vídeo, alegando que tinha autorização para realizar a fiscalização por ser um representante eleito.

 

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O Facebook, por sua vez, limitou-se a informar que não comentaria o assunto.

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