Ex-servidores, investidores e fornecedores da Ritt realizam nova d6

Na manhã de sábado (5), ex-servidores, investidores e fornecedores da empresa Ritt, com sede em Alegrete, realizaram mais uma manifestação pacífica. A ação, organizada por um grupo de pessoas que dizem não ter recebido seus direitos trabalhistas e financeiros, teve como objetivo chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a situação enfrentada por aqueles que mantinham vínculos com a empresa, atualmente em processo de recuperação judicial.

A manifestação começou por volta das 10h no Parque Rui Ramos, de onde os participantes seguiram em caminhada até a Ponte Borges de Medeiros, um dos principais acessos da cidade. Ao longo do trajeto, os manifestantes exibiam cartazes com frases de protesto, como “Não trabalhamos 50%”, “Queremos nossos direitos” e “Justiça para quem trabalhou”. Além dos cartazes, balões pretos foram levados em sinal de luto e indignação.

Por aproximadamente uma hora, os manifestantes permaneceram nas imediações da ponte, interrompendo por cerca de 10min o tráfego de veículos. Agentes de trânsito e a Brigada Militar acompanharam a movimentação para garantir a segurança dos envolvidos e dos motoristas.

Segundo os organizadores, essa não é a primeira manifestação realizada. Eles afirmam que vêm buscando alternativas para serem ouvidos desde que a empresa iniciou o processo de recuperação judicial. Muitos relatam que trabalharam por anos na empresa e, mesmo após o desligamento, não receberam valores referentes a salários, verbas rescisórias, férias ou acertos de contratos. Investidores e fornecedores também alegam prejuízos financeiros.

— Nossa luta é pelo reconhecimento de nossos direitos. Queremos apenas aquilo que nos é de direito, fruto do nosso trabalho e dedicação ao longo de tantos anos — relatou uma ex-servidora que preferiu não se identificar.

A Ritt, empresa conhecida no município por atuar em diferentes segmentos, entrou com pedido de recuperação judicial nos últimos meses. Com isso, todas as pendências financeiras passaram a ser submetidas à análise da Justiça, o que, segundo os manifestantes, tem atrasado ainda mais o processo de resolução das dívidas.

Durante a manifestação, também foi citado o impacto emocional que a situação tem causado em muitas famílias, especialmente aquelas que dependiam exclusivamente da renda proveniente do vínculo com a empresa.

Em contato com a área jurídica da empresa, o PAT recebeu a seguinte nota:

Situação do Processo de Recuperação Judicial do Grupo Ritt

A recuperação judicial é um instrumento legal criado para evitar a falência de empresas que enfrentam dificuldades financeiras, mas que ainda possuem potencial de se reorganizar. Seu objetivo principal é preservar empregos, reestruturar dívidas e garantir a continuidade da atividade empresarial, protegendo os interesses da coletividade de credores.

O Grupo Ritt, atuante nos segmentos de construção civil, pré-moldados, concretos e rede de postos de combustíveis, ingressou com pedido de recuperação judicial em 29 de maio de 2024, distribuído sob o nº 5008512-22.2024.8.21.0021, junto à Vara Empresarial da Comarca de Passo Fundo/RS, sob condução do Juiz João Marcelo Barbiero de Vargas.

A Von Saltiél Administração Judicial, representada pelos sócios Germano von Saltiél e Augusto von Saltiél, foi nomeada para atuar no processo e, desde então, vem exercendo a fiscalização das atividades do grupo econômico, conforme previsto na Lei nº 11.101/2005.


Relatório Mensal de Atividades (RMA)

O Relatório Mensal de Atividades (RMA) é um instrumento técnico obrigatório, por meio do qual o Administrador Judicial:

Fiscaliza a atuação das empresas em recuperação;

Avalia a veracidade das informações contábeis prestadas;

Aponta pagamentos, demissões, inadimplementos e outras ocorrências relevantes;

Reúne denúncias e medidas judiciais em andamento.

É uma ferramenta de transparência e controle, permitindo ao juízo, aos credores e ao Ministério Público monitorar o andamento do processo e o comportamento da empresa.

No caso do Grupo Ritt, o RMA apresentado no incidente processual nº 5035532-85.2024.8.21.0021 revelou irregularidades substanciais e ausência de documentos contábeis essenciais, impedindo o acompanhamento técnico adequado.


Principais irregularidades apontadas:

Ausência dos balancetes mensais referentes ao período de julho de 2023 a abril de 2024;

O “fluxo de caixa” apresentado consiste apenas em uma planilha de contas a pagar, sem discriminação de receitas e sem segregação dos dispêndios previstos;

Falta de relatórios completos sobre as dívidas tributárias e obrigações extraconcursais, comprometendo a análise do passivo;

Alegação das empresas de que o escritório de contabilidade anterior não repassou a escrituração, sem apresentação de soluções efetivas;

Denúncias de funcionários sobre atrasos salariais, ausência de recolhimento de FGTS e verbas rescisórias em aberto;

A falta da escrituração contábil integral impossibilita a verificação de pagamentos a fornecedores e obrigações pós-recuperação.


Denúncias sob investigação

A Administração Judicial recebeu, por meio de seus canais oficiais, denúncias envolvendo:

Venda duplicada ou triplicada de unidades imobiliárias;

Imóveis já quitados e ocupados por famílias que permanecem registrados em nome da Ritt Empreendimentos, por ausência de regularização;

Alienações fiduciárias múltiplas sobre os mesmos imóveis, que, por inadimplência, foram levados a leilão.

Diante da gravidade, inquéritos policiais foram instaurados para apurar a conduta do sócio Felipe Ritt. A apuração penal ocorre em foro próprio, fora do âmbito da recuperação judicial.


Situação atual das empresas

Das nove empresas do grupo:

Apenas a Ritt Pré-Moldados e um posto da rede Garra em Alegrete/RS permanecem formalmente em operação – este último, sem abastecimento de combustível;

O posto de Santa Rosa/RS foi repassado à Rede Charrua, restando sob gestão do Grupo Ritt apenas a loja de conveniência local;

Todas as obras civis estão paralisadas, sem previsão de retomada. Apenas um empreendimento poderá ser retomado, caso o plano seja aprovado pelos credores.


Dados financeiros atuais (estimados)

Passivo sujeito à recuperação judicial: R$ 111,6 milhões

Passivo tributário e extraconcursal: acima de R$ 22 milhões

Títulos protestados: mais de 1.100, somando R$ 7,5 milhões

Processos judiciais em curso: mais de R$ 20 milhões em ações trabalhistas, fiscais e cíveis

Observação: os valores estão sujeitos a variação, uma vez que a escrituração contábil não foi entregue na íntegra.


Impossibilidade de votação do plano de recuperação

A ausência de informações confiáveis criou grave assimetria informacional entre a empresa e seus credores. A Administração Judicial entende que, no momento, não há condições técnicas e jurídicas para submeter o plano de recuperação à votação.

O plano apresentado impõe obrigações financeiras a adquirentes de unidades imobiliárias. No entanto, sem informações verificáveis nos Relatórios Mensais de Atividades, os credores ficam impedidos de avaliar riscos e a viabilidade da proposta.

O juízo determinou a regularização das pendências pelas empresas devedoras. O prazo para cumprimento ainda está em aberto. O descumprimento pode resultar na extinção do processo de recuperação ou no afastamento do sócio administrador.


Transparência e canais de comunicação

Apesar das omissões das empresas, a Administração Judicial tem garantido total transparência, com fiscalizações in loco e canais ativos para denúncias, dúvidas e comunicações.

As principais informações do processo estão disponíveis no site:
🔗 www.vonsaltiel.com.br/recuperacao-judicial

📧 E-mail: [email protected]
📞 Telefone fixo: (51) 3414-6760
📱 WhatsApp: (51) 99171-7069


Von Saltiél Administração Judicial
Germano von Saltiél | Augusto von Saltiél

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