Técnico do CSA reage às vaias da torcida e revela preocupação para a Série C

“O torcedor perdeu a paciência”. A fala do técnico Higo Magalhães, do CSA, resume o cenário após o empate sem gols contra o CSE, pelo jogo de ida da seletiva da Copa do Brasil 2026. No Rei Pelé, as arquibancadas ecoaram vaias e protestos contra a delegação azulina.

Em entrevista coletiva, o treinador declarou que o time teve chances de abrir o placar no primeiro tempo, mas, na volta do intervalo, teria esbarrado na ansiedade e na cobrança mais forte do torcedor.

— Nós tivemos várias oportunidades, principalmente no primeiro tempo, mas fomos perder essa condição no segundo pela ansiedade de fazer o gol. Eles [CSE] não ofereceram a possibilidade de transição, porque ficaram com as linhas baixas, e isso faz parte. Aí tem que mexer a bola com velocidade pelos corredores, fazer o adversário balançar um pouco mais rápido, para pegar o lado oposto mais vulnerável. No primeiro tempo, conseguimos isso — iniciou Higo, que acrescentou:

Só que no segundo tempo, pela falta de paciência, pelo torcedor cobrando um pouco mais forte, nós fomos perdendo aquilo que a gente tinha em termos de lucidez. É ter lucidez, ter calma. O torcedor perdeu a paciência, nós sabemos disso. Mas temos que ter a lucidez, porque quem pode mudar isso somos nós. Como a gente muda isso? Ganhando jogo. E nós temos essa oportunidade no domingo de ter essa retomada.

INÍCIO DE TEMPORADA IRREGULAR

Higo enxerga a perda de paciência do torcedor como algo natural. Em 2025, o Azulão iniciou bem a temporada, mas caiu nas semifinais do Campeonato Alagoano e da Copa Alagoas, além de ter apresentado uma queda de rendimento nas últimas rodadas da Copa do Nordeste.

— Eu acho que o torcedor perdeu a paciência, que faz parte. Porque nós não conseguimos trazer título. Quando não se traz títulos, quando não consegue ter apresentações contundentes, o torcedor vai perdendo a paciência, é natural. O que nos cabe, principalmente da minha parte, é passar tranquilidade para esses atletas.

A eliminação na Copa Alagoas para o próprio CSE, em Palmeira dos Índios, foi lembrada pelo técnico. O comandante azulino revelou que a delegação não entendia o que o torneio representava.

— Naquele momento, como equipe, a gente não entendia o que representava para o clube. O futebol te cobra a todo instante a estar em um nível muito alto em termos de entrega, em termos de comprometimento. E naquele jogo a gente deixou a desejar. Nós assumimos a responsabilidade, e vamos entrar totalmente ligados [no domingo] porque só tem um vaga [Copa do Brasil] e o adversário está vivo.

PREOCUPAÇÃO COM A SÉRIE C

O principal objetivo do CSA em 2025 é garantir o acesso para a Série B. Há menos de 15 dias do início do Brasileiro, a maré negativa dos últimos jogos preocupa Higo Magalhães.

Me preocupa a forma que nós vamos reagir, porque nós temos que reagir rápido. Eu vivi isso quando cheguei na Série C [em 2024]. Eu vivi e eu já estou um pouco calejado contra essas dificuldades. Não foi a primeira vez.

Por outro lado, o técnico reforçou que mantém convicção no trabalho que está sendo feito.

— O que eu não posso perder é acreditar naquilo que eu estou fazendo. Eu sei que em algum momento iremos passar por percalços como esse. O que nos cabe agora é continuar com convicção.

PRÓXIMOS JOGOS DO CSA

🗓️ CSE (F) – domingo, 06/04, às 19h (de Brasília), no Juca Sampaio
🗓️ Anápolis (C) – 12, 13 ou 14/04, no Rei Pelé