
Com a assinatura de novas tarifas sobre importações anunciadas por Donald Trump no “Liberation Day”, os mercados globais reagiram de forma imediata e volátil. O índice S&P 500 despencou 3% após o anúncio. O dólar, que operava em R$ 5,69, manteve alta diante da aversão ao risco e do temor de desaceleração global.
“Trump está certo quando diz que os EUA subsidiam o crescimento de outros países há décadas. O problema é que essas tarifas podem desencadear uma onda de retaliações e provocar uma recessão global”, alerta Fábio Fares, especialista em análise macro e comentarista da BM&C News.
Riscos para o comércio internacional
As tarifas não vieram sozinhas. O contexto global já é tenso, com inflação resiliente nos EUA, desaceleração na China e tensões políticas com a Europa. Agora, adiciona-se uma potencial guerra comercial que pode atingir o crescimento global em 2025.
“O mercado está reagindo com pânico. Mas precisamos lembrar que os EUA têm todas as ferramentas para reagir: cortar juros, reduzir impostos e até rever tarifas. Eles têm o ‘zap’ na mão”, afirmou Fares.
Efeitos no Brasil
O Brasil, que escapou de uma tarifa mais severa — ficando em 10%, valor já praticado —, pode ainda assim sentir os efeitos indiretos:
- Exportações de commodities podem desacelerar se houver menor crescimento global.
- Setores como aço e alumínio continuam sob pressão devido à concorrência desleal com produtos asiáticos.
Flávio Conde, da Levante, criticou a passividade brasileira frente ao aço chinês:
“O Brasil está sendo inundado por aço de baixa qualidade. As medidas tomadas até agora são paliativas. É hora de uma política comercial mais firme”, disse.
O que fazer com os investimentos?
Para os investidores, o recado é claro: não agir no pânico.
“Mexer no meio do vespeiro é pedir para perder dinheiro. O mercado é irracional no curto prazo. Nessas horas, quem tem plano e disciplina sai na frente”, conclui Fares.
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