Bronquiolite: saiba como identificar doença que afeta mais as crianças e aumentou 32% na região de Campinas


Síndrome respiratória é mais comum entre menores de 2 anos, especialmente no outono e inverno, e pode levar à internação. Principal método de prevenção, segundo pediatra, é a vacina. Casos de bronquiolite crescem 32,7% na região de Campinas em 2024
Reprodução/EPTV
Os primeiros sintomas são parecidos com os de um resfriado comum – tosse, coriza e febre, por exemplo –, mas podem evoluir a ponto de levar crianças e bebês à internação, como foi o caso do filho da influenciadora Virgínia Fonseca.
A bronquiolite, síndrome que afeta as vias aéreas, é mais comum entre menores de 2 anos e dificulta a chegada de oxigênio nos pulmões. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a doença é causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em 80% dos casos.
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“É uma doença viral, que vai afetar aquela última parte do pulmão. A gente tem os brônquios e os bronquíolos. Essa parte começa a ficar inflamada e começa a produzir muita secreção, e isso vai fazer com que a criança evolua com desconforto respiratório”, explica a pediatra Tatiane Franco.
No Departamento Regional de Saúde (DRS) 7, que abrange a região de Campinas (SP), os casos da síndrome respiratória registraram alta de 32,7% em 2024 no comparativo com o ano anterior, totalizando 2.788 atendimentos.
Identificação e prevenção
A pediatra alerta que o vírus sincicial é sazonal, ou seja, surge com mais frequência no outono e inverno. Além disso, por conta da volta às aulas, os pais precisam ter cuidado redobrado com doenças respiratórias.
“Quanto menor a criança, maior tem que ser a nossa atenção. Os menores de 2 anos são aqueles que mais vão internar. Os menores de 6 meses podem fadigar com maior facilidade, pode ter muita falta de ar, precisar de suplementação de oxigênio e até internação”, orienta.
➡️ Para além de um resfriado comum, os sinais de bronquiolite geralmente são:
Criança começa a respirar muito mais rápido
Narinas começam a abrir, como se a criança estivesse buscando oxigênio
Na respiração, a criança afunda a região das costelas e do peito
Cansaço na amamentação
O principal método de prevenção, segundo Franco, é a vacina. O imunizante contra o VSR está disponível na rede privada e o Sistema Único de Saúde (SUS) já anunciou que também vai oferecer o imunizante (leia mais abaixo).
Bronquiolite
Arte g1/Kayan Albertin
Atenção aos sinais
Com apenas 5 meses, a pequena Alice foi diagnosticada com bronquiolite. “Ela precisou fazer a fisioterapia pulmonar. O médico tentou me acalmar, eu comecei a chorar, meu chão se abriu. […] Ela melhorou rápido por conta da fisioterapia”, lembra a mãe, Bruna Santos.
“Uma das coisas que eu falo é seja mãe. A Alice tinha começado a ir na creche naquela mesma semana, então não sei dizer da onde veio, mas a gente tem que prestar muita atenção, a gente tem que ser mãe. Falar que, se não está bem, não vá, não pegue, não chegue. E tem que ficar atenta aos sinais”, afirma.
O que diz o Ministério da Saúde?
“O Ministério da Saúde está trabalhando para que, a partir do segundo semestre deste ano, entre agosto e setembro, os bebês nascidos no Brasil possam ser protegidos por uma estratégia de profilaxia. Além disso, as gestantes poderão receber uma dose da vacina, transmitindo aos bebês a imunidade contra o vírus sincicial respiratório (VSR) por até seis meses.
O Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) realizou, em março, uma reunião com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), para definir a estratégia de implementação e iniciará o processo de aquisição das novas tecnologias. A expectativa é que essa inclusão fortaleça as ações de imunização e amplie a proteção da população contra doenças respiratórias.
Segundo dados do Informe de Vigilância das Síndromes Gripais do Ministério da Saúde, até fevereiro de 2025, o Brasil registrou 8.451 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 565 óbitos, sendo 5 deles causados pelo VSR.
A Portaria SECTICS/MS nº 15, de 28 de fevereiro de 2025, estabelece um prazo de 180 dias para que essas tecnologias sejam efetivamente disponibilizadas no SUS, o que nos leva a setembro de 2025”.
Cidades do DRS 7
Águas de Lindóia, Americana, Amparo, Artur Nogueira, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Campinas, Campo Limpo Paulista, Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Lindóia, Louveira, Monte Alegre do Sul, Monte Mor, Morungaba, Nazaré Paulista, Nova Odessa, Paulínia, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio da Posse, Serra Negra, Socorro, Sumaré, Tuiuti, Valinhos, Vargem, Várzea Paulista e Vinhedo.
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