A Força Aérea Argentina sofreu uma redução nas horas de voo durante 2024

Seguindo uma tendência iniciada em 2023, a Força Aérea Argentina registrou uma considerável redução em suas horas de voo durante o período de 2024. De acordo com os dados fornecidos pela Síntese Executiva da Execução Físico-Financeira correspondente ao quarto trimestre do ano passado, veio à tona que a Força acumulou 29.352 horas de voo, 2.000 a menos que as registradas em 2023.

Conforme detalhado no relatório publicado pelo Escritório Nacional de Orçamento, “…observa-se na série uma tendência decrescente nas horas de voo executadas a partir do exercício de 2022. No fechamento do quarto trimestre (de 2024), foi registrado um desvio negativo (-23,9%) no Plano de Atividade Aérea…”.

Vale destacar que o Plano de Atividade da Força Aérea Argentina para 2024 previa 38.545 horas de voo, um número muito distante das 29.352 que a Força conseguiu executar. Diante dessa situação, a única razão mencionada no documento foi “…a falta de materiais para a realização das atividades…”, sem fornecer maiores detalhes.

O Zona Militar já havia alertado em dezembro de 2024 que, para o período, vinha sendo registrada uma tendência negativa em relação às horas de voo. Já no fechamento do terceiro trimestre de 2024, a Força Aérea Argentina havia acumulado 21.678 horas de voo, um número que representou uma queda na atividade em relação ao mesmo período de 2023 (diferença de 1.000 horas de voo).

Embora no último trimestre de 2024 tenham sido realizadas atividades relevantes, como o exercício Pre-CRUZEX e o deslocamento de treinadores IA-63 Pampa III e um KC-130H Hércules para a Base Aérea de Natal da Força Aérea Brasileira para participar do CRUZEX 2024, as operações da Força Aérea Argentina ficaram muito longe das 38.545 horas de voo contempladas no Plano de Atividade Aérea anual.

Falta de materiais

A menção à “…falta de materiais para a realização das atividades…” não é incomum nesse tipo de relatório, sendo uma situação que infelizmente se repete ano após ano, e 2024 não foi exceção.

Um dos poucos casos verificáveis por meio de fontes abertas, sem necessidade de confirmação oficial, é a situação dos A-4Ar Fightinghawk, aeronaves que foram groundeadas após o acidente ocorrido em julho do ano passado, um trágico evento no qual faleceu o Capitão Mauro Testa La Rosa. Desde então, os veteranos aviões de ataque não voltaram a voar, mantendo-se um sigilo sobre seu futuro, bem como sobre os fatos que levaram à tomada dessa decisão.

Em um fato quase inédito para a Força Aérea Argentina, e para o país, a decisão de paralisar as operações dos A-4Ar deixou a Argentina sem capacidade de aviação de caça e ataque a jato. No momento, a instituição conta apenas com os treinadores IA-63 Pampa II-40 e III como o sistema de armas mais capaz. Essa situação só começaria a ser revertida com a incorporação dos primeiros F-16AM/BM Fighting Falcon, a menos que fossem garantidas condições para o retorno temporário dos antigos Fightinghawk ao serviço, uma opção pouco provável.

Outro sistema de armas que sofreu uma redução considerável nos últimos anos foi o C/KC-130H Hércules. Os aviões de transporte são o verdadeiro cavalo de batalha da Força Aérea, atendendo a múltiplas missões: desde voos na Antártica, passando por aerocooperação com o Exército Argentino, transporte geral (tanto local quanto internacional), apoio a operações de proteção civil, entre outras.

Vale destacar que a frota de Hércules foi consideravelmente reduzida devido aos atrasos nos trabalhos de manutenção que deveriam ser realizados pela Fábrica Argentina de Aviões “Brigadeiro San Martín”. Apesar da necessidade de devolver ao serviço vários Hércules que estão em Córdoba, a situação ainda está longe de ser resolvida.

Outros sistemas de armas também estariam enfrentando desafios semelhantes, com a falta de materiais impactando a disponibilidade das aeronaves.

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