“Sem chance de ajuste fiscal com esse governo” diz economista

Política fiscal só sairá da berlinda com novas medidas, diz economista

A situação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue cada vez mais delicada dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o que avalia o economista Vandyck Silveira, que participou nesta semana de uma entrevista à BM&C News. Para ele, apesar dos recentes gestos de apoio por parte de figuras como Gleisi Hoffmann e do vice-presidente Geraldo Alckmin, Haddad permanece politicamente isolado e com pouca margem de manobra para reverter a fragilidade fiscal que se agrava.

Haddad é o único do governo que ainda mantém alguma credibilidade. Entre as opções do PT, é o melhor que tem”, afirmou Silveira, ao comentar os embates internos que envolvem o ministro. Do outro lado, Silveira criticou a atuação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que, segundo ele, tem trabalhado nos bastidores para enfraquecer Haddad: “Ele é especialista em fritar. Fritou o ex-presidente da Petrobras e continua fritando internamente”.

O economista chamou atenção para o impacto das decisões econômicas do governo Lula, especialmente as medidas que colocam mais dinheiro em circulação sem contrapartidas fiscais. Segundo Silveira, essas ações contribuem para a alta da inflação e reforçam a percepção de desorganização. “Quanto mais o Lula não entende o impacto dessas decisões, mais o governo perde credibilidade”, alertou.

Governo sem pacto fiscal e com Congresso fortalecido

Para Vandyck Silveira, a única saída viável seria a adoção de um pacto fiscal real, com corte efetivo de despesas. “Não é mais sobre reduzir o ritmo de crescimento do gasto. É preciso haver sinal de queda nas despesas mês a mês, ano contra ano”, destacou. No entanto, ele avalia que essa possibilidade está praticamente descartada, o que tende a enfraquecer ainda mais o governo federal diante do Congresso.

A consequência direta da falta de decisões econômicas sérias é o fortalecimento do Congresso, que vai desidratar o orçamento, encher de penduricalhos e jabutis, e impor suas condições”, disse. Silveira conclui que, sem uma reorientação urgente da política fiscal, o governo seguirá refém de uma política baseada em improvisos e disputas internas, cada vez mais distante da recuperação da confiança do mercado.

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