Constellation compra Shift

A Constellation Software, grande grupo canadense especializado em aquisições de empresas de software, comprou a Shift, uma empresa de São José do Rio Preto que é líder no segmento de tecnologia para medicina diagnóstica.

O negócio foi fechado pela Vela Latam, uma das marcas do grupo. O valor e os termos da transação não foram revelados.

Em nota, a Vela destaca a força da Shift no seu nicho. A empresa tem 30 anos de mercado e é responsável hoje pelo processamento de mais de meio bilhão de exames por ano, o que representa cerca de 22% do volume anual no Brasil. 

A empresa já conta com operação em países como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, empregando 250 funcionários.

“Sua representatividade no mercado, perfil de clientes e maturidade organizacional refletem a sinergia que buscamos no mercado brasileiro”, afirma Paulo Felipe Martins, CEO da Vela Latam.

No mercado desde 1995 e com sede em Toronto, o grupo Constellation Software conta com mais mil negócios de software adquiridos em seu portfólio. A receita total gira em torno de US$ 4 bilhões. 

O modelo de negócio é adquirir companhias de software de nicho, visando ter ganho de escala concentrando atividades meio e promovendo vendas cruzadas.

No Brasil, a Constellation começou a fazer aquisições em 2019, parecendo apostar em empresas com um perfil comum de expertise nas particularidades jurídicas e tributárias do país. 

Entre os negócios conhecidos, estão a Kurier e a Aurum, uma companhia pernambucana e outra catarinense, ambas focadas em software jurídico; a Apdata, de soluções de gestão de recursos humanos; e a Escriba, paranaense de software especializada em sistemas para a área notarial e registral.

Até onde a reportagem do Baguete sabe, a Shift é a primeira aquisição na área da saúde. 

E A LINX, VEM?

A Constellation é uma empresa medianamente conhecida no Brasil, mas ganhou muita visibilidade nos últimos tempos como uma das candidatas para adquirir a Linx, a maior empresa de software de gestão para varejo no país. 

No final de fevereiro, inclusive, a Constellation se tornou a única a permanecer na negociação, depois que a Totvs, encarada como a favorita para comprar a Linx, anunciou a sua desistência do negócio.

A Constellation tem uma proposta de negócios na qual comprar a Linx faz sentido. 

O ponto de interrogação fica só no valor. A empresa nunca abriu o valor de uma compra no Brasil, mas com grande probabilidade nenhuma delas fica muito acima dos R$ 100 milhões e certamente nenhuma chega na casa do bilhão de reais.

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