Crianças de escola de MG colocaram cocaína na boca achando que era doce, diz polícia


Droga foi levada para a sala de aula, em Itamonte (MG), por menina de 4 anos. Policia procura pelo suspeito de ser o dono dos papelotes. Crianças de escola de Itamonte colocaram cocaína na boca achando que era doce
As crianças de uma escola municipal de Itamonte (MG) colocaram cocaína na boca achando que era doce, disse a polícia. A droga foi levada para a sala de aula, na sexta-feira (21), por uma menina de 4 anos. Ela teria contado que o material era do seu pai. A polícia ainda procura pelo suspeito de ser o dono dos papelotes.
📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp
Segundo a polícia, a menina achou que o pó branco fosse um doce e distribuiu para os colegas da sala. Dezesseis papelotes foram encontrados na mochila e na carteira da aluna, sete pacotes estavam lacrados e nove abertos.
A polícia confirmou que a substância era cocaína. “A Polícia Militar trabalhou em conjunto com a Polícia Civil e, tão logo conseguimos a posse desse material, já encaminhamos para perícia e o laudo pericial confirmou que se tratava de cocaína”, afirmou o tenente Adenilson de Oliveira Rocha.
Criança de 4 anos leva 16 papelotes de cocaína para escola de Itamonte
Polícia Militar/Divulgação
‘Fiquei sem chão’, diz pai
O pai de uma das crianças que teve contato com a droga, que preferiu não ser identificado, disse que ficou apavorado quando soube do caso.
“Ao entrar no carro, a minha filha começou a chorar muito e ela falou: ‘Eu comi, eu engoli. Eu coloquei o pózinho branco na boca que a amiguinha deu e eu engoli’. Quando foi falado que era droga, eu confesso que fiquei sem chão. Só hoje que eu fui voltar ao normal, ficar bem de novo, com a minha cabeça voltando a funcionar, porque bate um desespero.”
A filha dele e outros 17 alunos da Escola Municipal Mariana Silva Guimarães foram encaminhados para o pronto-socorro de Itamonte, onde foram coletadas amostras de urina para exames que não existiam na cidade de 14,8 mil habitantes e foram realizados por um laboratório em Taubaté.
“Uma médica pediu o teste e a gente não tem, é uma cidade pequena, Ligamos em toda cidade vizinha, não tinha, conseguimos, pela graça de Deus, um laboratório em Taubaté que foi muito solícito”, contou o prefeito João Pedro Fonseca (Pode).
Dos 15 exames que foram realizados, dois foram inconclusivos e os outros tiveram resultado negativo para toxicidade causada por cocaína.
Escola Municipal Mariana Silva Guimarães, no bairro Vila Perrone, em Itamonte (MG)
Reprodução EPTV
De acordo com a Polícia Militar, o pai da criança que levou a droga esteve na escola. Ao saber do ocorrido, ele teria pegado um papelote da mão de uma funcionária e saído do local. Ainda segundo os militares, ele é suspeito de ser o dono do material.
“Posterior a saída dele, ele enviou o irmão dele para poder pegar essa criança, que é tio da criança. No momento que ele chegou na escola, já havia as conselheiras tutelares que também acompanhavam o caso e houve também uma ocorrência de desacato contra as conselheiras. Porém, a polícia militar agiu rápido e conseguiu fazer a prisão desse indivíduo”, contou o tenente Rocha.
O tio da menina assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado.
Familiares dizem estarem sofrendo ameaças
Familiares da menina contestam a informação de que os papelotes estariam na mochila dela e dizem que estão sofrendo ameaças da população de Itamonte.
“Grupos de WhatsApp estão rolando por aí, pediram até o linchamento. Está constrangedora a história”, disse uma parente que não quis ser identificada.
As aulas na escola municipal ocorrem normalmente na segunda-feira (24). A prefeitura disse que está acompanhando as famílias. A EPTV Sul de Minas, afiliada da TV Globo, tem tentado falar com representantes do Conselho Tutelar de Itamonte para saber quais providências serão tomadas em relação à criança que levou os papelotes para a escola, mas não conseguiu contato até a publicação desta reportagem.
Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.