Ibovespa fecha em queda após alta da Selic; dólar sobe e mercado reage à decisão do Fed

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado financeiro encerrou o pregão desta quinta-feira (20) com oscilações influenciadas por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. A elevação da taxa Selic pelo Banco Central e a manutenção dos juros pelo Federal Reserve movimentaram os investidores, enquanto balanços corporativos trouxeram impactos individuais para algumas ações.


Selic em alta: Banco Central eleva taxa para 14,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a Selic em 1 ponto percentual, levando-a para 14,25% ao ano. O ajuste já era amplamente esperado pelo mercado, dado o cenário de inflação persistente e a necessidade de manter as expectativas econômicas sob controle.

Além disso, o comunicado do Copom indicou que novos ajustes podem ocorrer nas próximas reuniões, dependendo do comportamento da inflação e da atividade econômica. Essa sinalização mantém o mercado atento aos próximos passos do Banco Central.


Federal Reserve mantém juros nos EUA

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) optou por manter a taxa de juros inalterada no intervalo de 4,25% a 4,5%. A decisão reflete uma postura mais cautelosa, levando em conta as incertezas econômicas globais e as políticas comerciais do governo americano.

O Fed reforçou que a economia dos EUA continua em expansão, com um mercado de trabalho aquecido e a taxa de desemprego em patamares historicamente baixos. Entretanto, a instituição deixou claro que novas decisões dependerão dos próximos indicadores econômicos.


Ibovespa fecha em queda, enquanto dólar sobe

A Bolsa brasileira teve um dia de correção técnica após seis pregões consecutivos de alta. O Ibovespa caiu 0,31%, fechando aos 132.095 pontos, refletindo a cautela dos investidores diante das decisões de política monetária.

No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,38%, cotado a R$ 5,669. O fortalecimento da moeda norte-americana acompanha o movimento global, impulsionado pela incerteza sobre o futuro da política monetária nos EUA.


Destaques corporativos: Hapvida dispara, Minerva decepciona

Entre os resultados do dia, a Hapvida (HAPV3) foi um dos destaques positivos, registrando um crescimento de 98,8% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. O número surpreendeu o mercado e impulsionou as ações da companhia.

Por outro lado, a Minerva (BEEF3) apresentou um prejuízo de R$ 1,567 bilhão no mesmo período, um resultado que frustrou as expectativas dos investidores e impactou negativamente seus papéis na Bolsa.

Além disso, a Petrobras (PETR4) foi destaque no setor de petróleo ao vencer um leilão e adquirir duas cargas de petróleo da União, cada uma com aproximadamente 500 mil barris do campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos.


Análise: Impacto das decisões monetárias no mercado

Para entender melhor o cenário, conversamos com Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, que avaliou o impacto das decisões de política monetária no mercado financeiro.

“As escolhas das autoridades monetárias evidenciam o desafio de equilibrar o combate à inflação com a necessidade de sustentar o crescimento econômico em um cenário global de incertezas”, destacou Belitardo.

Ele também comentou sobre a postura do Copom:

“A elevação da Selic já era amplamente esperada pelo mercado, mas o foco agora está no tom do comunicado. O Banco Central sinalizou que pode realizar novos ajustes, mas vai depender dos próximos indicadores econômicos.”

Sobre a decisão do Federal Reserve, ele ressaltou:

“A manutenção da taxa de juros nos EUA mostra que o Fed está adotando uma abordagem mais cautelosa. O mercado segue atento a qualquer mudança no tom do banco central americano para projetar os próximos passos.”


Cautela no radar dos investidores

Com a Selic em alta no Brasil e os juros mantidos nos EUA, o mercado segue atento aos próximos passos dos bancos centrais. O cenário global de incertezas e os dados econômicos dos próximos meses serão decisivos para a precificação dos ativos.

A correção do Ibovespa e a valorização do dólar mostram um dia de ajustes naturais no mercado, enquanto balanços corporativos seguirão impactando ações individuais. Os investidores agora aguardam os próximos indicadores econômicos para ajustar suas estratégias.

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