A França avançará com a compra de mais caças Rafale para serem equipados com o novo míssil nuclear hipersônico ASN4G

Como parte de uma visita à Base Aérea 116 “Tenente Coronel Papin” em Luxeuil-Saint-Sauveur ontem, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que o seu país está se preparando para avançar com a compra dos mais modernos caças Rafale disponíveis, que serão equipados com o novo míssil nuclear hipersônico ASN4G. De acordo com o anúncio oficial emitido pelo Palácio do Eliseu, o investimento deverá ascender a mais de 1,5 mil milhões de euros, tendo como principal objetivo a aquisição de dois novos esquadrões de caças fabricados pela Dassault até 2035.

Ampliando os detalhes dos planos anunciados, cabe destacar que estão previstas diversas obras de modernização da infraestrutura da Base Aérea 116, tendo em vista que o objetivo não será apenas aumentar o número de caças Rafale ali destacados, mas também o número de militares e civis. Em números concretos, está prevista a chegada de mais de 2.000 pessoas à base nos próximos anos, refletindo a intenção de fortalecer suas capacidades.

Recapitulando algumas das declarações do presidente: “Algumas conclusões iniciais são necessárias, e eu quero dizer a vocês aqui que a Força Aérea e Espacial se beneficiará de mais encomendas do Rafale. Isso é imperativo no contexto atual. Também é uma escolha natural integrar o esforço dos aviadores em direção à Ucrânia com a transferência de nossos Mirages. Sim, aumentaremos e aceleraremos as encomendas do Rafale. Mas, neste contexto, vim dizer a vocês hoje que a base aérea de Luxeuil não permaneceria apenas para todos aqueles que tinham dúvidas sobre seu futuro, mas cresceria de uma forma sem precedentes e recuperaria seu lugar pleno na dissuasão nuclear francesa.”

A esse respeito, vale ressaltar que a escolha do site acima mencionado para divulgar a notícia em questão não foi aleatória, dada a grande importância histórica que ele teve para a França em termos de defesa. Discutiremos a base que hospedou o conhecido Esquadrão La Fayette, formado por voluntários americanos durante a Primeira Guerra Mundial, bem como o quartel-general de onde operaram os primeiros esquadrões da Força Aérea Francesa equipados com armas nucleares.

Além disso, foi dessa base que decolaram os caças Mirage que a França decidiu transferir para a Ucrânia, daí a menção ao referido tipo de aeronave durante o fragmento do discurso acima mencionado; com outras menções notáveis ​​sobre o compromisso de Paris em continuar a assistência militar a Kyiv. É também de Luxeuil-Saint-Sauveur que a Força Aérea Francesa mobiliza meios aéreos para apoiar as missões da OTAN nos países bálticos, ao mesmo tempo que disponibiliza recursos para a missão francesa no Djibuti.

Por fim, de uma perspectiva mais ampla, vale destacar que o desenvolvimento anunciado pelo presidente Macron ocorre em meio a várias discussões sobre a dissuasão nuclear da França e sua possível implantação em outras partes da Europa, em meio a temores de uma retirada dos EUA desse compromisso fundamental. Como informamos no final de fevereiro, a Alemanha está fazendo campanha para receber proteção sob o guarda-chuva nuclear francês com a possível implantação de aeronaves Rafale em seu território. Nas palavras do futuro chanceler alemão Friedrich Merz: “Precisamos ter discussões com os britânicos e os franceses (Nota do editor: as duas potências nucleares europeias) sobre se o compartilhamento nuclear, ou pelo menos a segurança nuclear do Reino Unido e da França, também poderia se aplicar a nós.”

*Imagens utilizadas para fins ilustrativos.

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