Os Estados Unidos estão preparando seu sistema de artilharia HGWS para combater mísseis hipersônicos russos e chineses

Os Estados Unidos continuam a fortalecer suas capacidades de defesa contra a crescente ameaça dos mísseis hipersônicos desenvolvidos pela Rússia e pela China. Nesse contexto, o Departamento de Defesa avançou no desenvolvimento do Hypervelocity Ground Weapons System (HGWS), um sistema de artilharia de alta velocidade projetado para interceptar drones, mísseis de cruzeiro e mísseis hipersônicos com menor custo operacional. O programa atual, liderado pelo Strategic Capabilities Office (SCO), busca integrar tecnologias existentes com mísseis de hipervelocidade, permitindo um sistema de defesa abrangente mais versátil e de custo relativamente baixo.

O impulso significativo para este programa ocorre diante da crescente sofisticação dos arsenais russo e chinês, levando os militares dos EUA a explorar soluções de defesa de baixo custo, de rápida produção e desenvolvimento. Nesse sentido, a guerra na Ucrânia demonstrou que os sistemas convencionais de defesa aérea, como os mísseis Patriot ou SM-6, podem ser altamente caros e difíceis de substituir diante de ameaças emergentes e bem estabelecidas, como enxames de drones ou mísseis hipersônicos que já foram testados em combate. Em resposta a esse cenário, o HGWS dos EUA aproveita a infraestrutura existente de radares e armas de artilharia, integrando projéteis de hipervelocidade capazes de interceptar alvos com precisão e a custos significativamente reduzidos. Nessa linha, os EUA parecem ter conduzido sua análise de emprego para poder se proteger a baixo custo, embora com altas capacidades tecnológicas, contra sistemas que podem ter enormes custos de fabricação, como mísseis hipersônicos.

O Escritório de Capacidades Rápidas e Tecnologias Críticas do Exército dos EUA (RCCTO) concedeu recentemente um contrato direto à BAE Systems para o desenvolvimento do Multi-Domain Artillery Cannon (MDAC), um sistema de artilharia otimizado para operar com munições de hipervelocidade (HVP). Esta nova plataforma, integrada ao HGWS, foi projetada especificamente para engajar drones, mísseis de cruzeiro e aeronaves convencionais em um cenário de combate multidomínio, garantindo a proteção de posições-chave com um menor custo por interceptação.

De acordo com informações relatadas, uma bateria completa do sistema MDAC será equipada com oito canhões, quatro radares multifuncionais MFPR de alta precisão, dois radares multidomínio MDBM e pelo menos 144 projéteis HVP. Seu design modular e integração com radares avançados permitirão neutralizar alvos de forma eficiente sem a necessidade de interceptadores caros como o PAC-2, PAC-3 ou SM-6. Essa capacidade o posiciona como uma alternativa viável para reforçar a defesa aérea de bases, instalações estratégicas e concentrações de tropas.

O conceito de munição HVP teve origem no programa de canhões eletromagnéticos da Marinha dos EUA, desenvolvido para atingir alvos aéreos, terrestres e navais com alta precisão e velocidade. Embora o programa de armas eletromagnéticas não tenha conseguido uma implementação operacional robusta, a tecnologia de projéteis de hipervelocidade foi adaptada com sucesso à artilharia convencional, levando ao atual sistema HGWS e, assim, oferecendo uma solução de baixo custo para combater o trunfo que a China e a Rússia consideram ter com seus mísseis hipersônicos.

A então vice-secretária do Departamento de Defesa dos EUA, Kathleen Hicks, enfatizou que o HGWS faz parte de um esforço mais amplo para desenvolver sistemas de defesa acessíveis, de produção rápida e altamente adaptáveis. Nessa linha, Heidi Shyu, então subsecretária de Desenvolvimento de Sistemas e Engenharia do Departamento de Defesa, enfatizou a importância de avançar tecnologias capazes de combater a ameaça de mísseis hipersônicos sem incorrer nos custos dos sistemas tradicionais.

China e Rússia posicionaram o desenvolvimento de mísseis hipersônicos como um componente-chave de suas estruturas militares, tentando complicar os sistemas convencionais de defesa aérea. Esses sistemas, que podem manobrar em velocidades extremas e escapar de interceptadores tradicionais, levaram recentemente os Estados Unidos a repensar sua abordagem à defesa antimísseis. Com o desenvolvimento do HGWS e do MDAC, o Pentágono pretende consolidar uma solução de alta tecnologia, flexível e acessível, buscando demonstrar que o uso de mísseis hipersônicos por outros atores pode ser economicamente combatido.

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