Ex-engenheiro brasileiro da Google assume como CTO de fintech

Berthier Ribeiro Neto, considerado o primeiro brasileiro funcionário da big tech Google, assumiu o cargo de Chief Technology Officer (CTO) da fintech nacional UME.

A startup atua como plataforma de crédito e pagamentos, com foco em pequenas e médias empresas (PMEs).

A UME oferece soluções financeiras que permitem aos varejistas conceder crédito de forma simplificada aos consumidores, utilizando o sistema de pagamentos instantâneos Pix. 

A fintech gerencia todo o relacionamento com o cliente, incluindo análise de perfil, riscos de fraude e cobrança, facilitando o processo de compra e aumentando as vendas dos lojistas.

No sistema da UME, os consumidores passam por uma análise de crédito através de um aplicativo. Se aprovado, a compra é realizada e a UME adianta o pagamento para o varejista. 

A empresa utiliza a tecnologia para criar produtos com modalidades flexíveis, como crédito com pagamentos semanais ou a cada 15 dias, além de integrar o pagamento via Pix.

O objetivo é que pequenos e médios varejistas possam operar com um crediário próprio, sem perder vendas e permitindo que seus clientes parcelem as compras. 

O recurso para o financiamento dos clientes vem de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) de R$ 100 milhões levantado pela UME.

Criada em 2021 pelo filho de Ribeiro Neto, Berthier Ribeiro, o sócio Theo Ramalho e o cientista da computação Marco Cristo, a UME teve esse vínculo familiar como um fator importante para Ribeiro Neto assumir a liderança da engenharia.

Com a PayPal entre seus investidores, a fintech já levantou US$ 15 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela empresa de carteira digital e com a participação da Globo Ventures, o braço de venture capital do grupo de comunicação Globo. 

Outros fundos também investem no negócio, incluindo NFX, Clocktower Ventures, FJ Labs, Big Bets e Canary.

Marco Cristo, que foi aluno de doutorado de Ribeiro Neto, junto a Márcio Palheta, ambos doutores em ciência da computação e ex-pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas, criou o sistema de análise de crédito ainda na universidade.

Berthier Ribeiro, formado em economia, após passagens pela Méliuz e BTG Pactual, foi apresentado pelo pai a Cristo, e juntos decidiram colocar em prática o negócio com a ferramenta de análise de crédito. Com a entrada de Theo Ramalho, ex-Analista Buy Side da Boogari Capital, expandiram a UME.

Ribeiro Neto assumiu a equipe de engenharia com o desafio de preparar a plataforma para ganhar escala e tornar a infraestrutura mais robusta, com capacidade de suportar um maior volume de tráfego.

Diferente dos 200 engenheiros que supervisionava nos tempos da Google, seu corpo técnico na UME é, segundo ele informou ao site Bloomberg Línea, um time pequeno, porém bem selecionado e competente.

Neto é considerado uma referência na expansão da Google no Brasil e no desenvolvimento de novas tecnologias. 

Junto a alguns colegas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fundou a Akwan, que desenvolveu um mecanismo de buscas adquirido pela Google em 2005 por valores não revelados. 

Após a aquisição, Ribeiro Neto tornou-se o primeiro funcionário brasileiro da big tech, liderando o centro de engenharia da empresa em Belo Horizonte e desenvolvendo tecnologias usadas na ferramenta de busca do Google mundialmente.

Quase duas décadas depois, e após a morte de seu amigo Luiz André Barroso, vice-presidente de engenharia da Google, em setembro de 2023, Ribeiro Neto decidiu deixar a big tech e pausar a carreira em julho de 2024. 

Meses depois, a pedido de seu filho, retornou ao mercado, assumindo a nova função na UME, segundo ele, com mais “leveza” e maior autonomia.

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