Dia Mundial do Rim: veja mitos e verdades sobre a saúde renal

O Dia Mundial do Rim é comemorado sempre na segunda quinta-feira de março, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da saúde renal. Criado em 2006 pela International Federation of Kidney Foundations (IFKF) e pela International Society of Nephrology (ISN), a data reforça a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce das doenças renais, que podem passar despercebidas até atingirem estágios avançados.

Neste ano, o tema da campanha é “Seus rins estão ok? Dose sua creatinina”, destacando um exame simples e acessível que pode identificar precocemente a doença renal crônica (DRC).

Leia também

  • Dia Mundial do Rim é comemorado nesta quinta-feira (13)

    Crédito consignado: governo muda modelo para quem é CLT e MEI

  • Dia Mundial do Rim é comemorado nesta quinta-feira (13)

    PM atira em morador durante ação de reintegração de posse

  • Dia Mundial do Rim é comemorado nesta quinta-feira (13)

    Voepass tem operações suspensas por determinação da Anac

“A creatinina é um marcador de função renal, e um exame de sangue rotineiro pode fazer toda a diferença no diagnóstico precoce e na qualidade de vida do paciente”, explica a nefrologista Priscila Lustoza.

A Sociedade Brasileira de Nefrologia tem se engajado na campanha com diversas ações pelo país.

“Além de eventos em clínicas de diálise e espaços públicos, promovemos a iluminação do Cristo Redentor para chamar atenção para a causa”, conta a médica.

Segundo ela, a doença renal crônica afeta cerca de 10% da população mundial e brasileira, e os principais grupos de risco são pessoas com diabetes, hipertensão e obesidade.

Aspas da citação

Mas não são só esses casos. Há também fatores genéticos, uso excessivo de medicamentos e até infecções urinárias mal tratadas que podem comprometer os rins


Priscila Lustoza
Nefrologista

Aspas da citação

A especialista também destaca a influência da alimentação e do estilo de vida na saúde renal.

“O excesso de sal aumenta a pressão arterial e pode facilitar a formação de cálculos renais. Já o consumo exagerado de proteínas, comum entre quem busca ganho de massa muscular, pode sobrecarregar os rins e causar danos irreversíveis”, explica.

A doença renal crônica é silenciosa e, muitas vezes, só apresenta sintomas quando já está em estágio avançado. “Fique atento a sinais como inchaço no rosto e nos pés, urina espumosa e cansaço frequente”, orienta Priscila.

Mitos e verdades sobre a saúde dos rins

A desinformação sobre a saúde renal ainda é um problema. A médica esclarece alguns mitos e verdades:

Mitos

  • Comer tomate causa pedra nos rins – O tomate é rico em potássio e pode ser restrito em pacientes com DRC avançada, mas não causa cálculos renais.
  • A doença renal crônica só atinge idosos – Pode afetar qualquer idade, inclusive crianças.
  • Se não sinto dor, meus rins estão saudáveis – A doença renal é silenciosa e geralmente não causa dor até estágios graves.
  • Beber muita água previne doença renal – A hidratação é essencial, mas o excesso de água não evita nem trata a DRC.
  • Quem tem doença renal não pode comer proteína – A restrição de proteína depende do estágio da doença e deve ser acompanhada por um especialista.

Verdades

  • A DRC é progressiva e irreversível – No entanto, com acompanhamento médico adequado, sua evolução pode ser retardada.
  • Diabetes e hipertensão são as principais causas da DRC – O controle dessas doenças é essencial para evitar complicações.
  • O diagnóstico precoce previne complicações graves – A detecção antecipada pode evitar até problemas cardiovasculares.
  • Dieta e estilo de vida fazem diferença – Alimentação equilibrada e hábitos saudáveis ajudam a proteger os rins.

Outro alerta importante é sobre o hábito de segurar a urina. “Para quem tem tendência à infecção urinária, isso pode aumentar o risco de infecções renais, que podem deixar cicatrizes nos rins e levar à perda de função renal”, ressalta Priscila.

A doença renal crônica é dividida em cinco estágios, sendo que apenas nos últimos o paciente precisa de terapia de substituição renal, como hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante.

A prevenção, segundo especialistas, ainda é a melhor estratégia para evitar que a doença avance silenciosamente.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.