Brasileiros enfrentam combinação de falta de chuva e calor extremo


Segundo o meteorologista Thiago Carvalho, um fenômeno de alta pressão atmosférica, mais comum no meio do ano, vem impedindo as chuvas em parte do país. Falta de chuva e calor extremo desafiam cariocas acostumados com altas temperaturas no verão
A falta de chuva e o calor extremo têm desafiado cariocas já tão acostumados com as altas temperaturas no verão.
Em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o movimento no ponto de hidratação não para. A sede parece estampada no rosto da menina de 3 anos e do motoqueiro, que pede vários copos de uma só vez.
“Esse sol está queimando tudo, está quente para caramba. O ar está seco, o clima está meio estranho”, diz o motorista de aplicativo Thiago Rodrigues.
“Sou carioca, moro aqui, mas nunca senti. Está muito forte”, diz a aposentada, Nice Medeiros.
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É um corre-corre para garantir bem-estar a quem trabalha enfrentando temperaturas acima de 40ºC. Na porta do ônibus, um alívio para quem vai embarcar.
“A gente que trabalha não está aguentando, imagina quem não está bebendo água?”, diz o funcionário da Cedae Fabrício Gonçalves.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais, Espírito Santo e alguns estados do Nordeste enfrentam um período seco mais intenso desde o início de fevereiro; enquanto chuvas mais fortes tomaram conta da Região Norte do país.
Segundo o meteorologista Thiago Carvalho, um fenômeno de alta pressão atmosférica, mais comum no meio do ano, vem impedindo as chuvas em parte do país. Por causa disso, no Rio, não choveu nem 5% do previsto para o mês.
“O culpado disso tudo é esse fenômeno, o sistema de alta pressão atmosférica. Ele inibe a formação de nuvens de chuva e aumenta o aquecimento, consequentemente, devido à maior incidência de radiação solar. E é exatamente isso que está ocorrendo agora em fevereiro deste ano”, explica Thiago Carvalho, meteorologista do Inmet.
O Rio vive uma combinação de falta de chuvas com temperaturas extremamente elevadas. Algo que, segundo a concessionária responsável pela distribuição de água, já está afetando os mananciais que abastecem as cidades da Região Metropolitana. A orientação é para que as pessoas façam uso consciente da água, mas nesse calorão, não tem jeito: beber bastante água, se hidratar é fundamental.
O verão atípico também aumentou o número de incêndios. Desde o início de 2025, o Corpo de Bombeiros já registrou mais de 2 mil ocorrências no estado do Rio; 300 só nas últimas 24 horas. Em Xerém, na Baixada Fluminense, a temperatura chegou a 40,3° C, superando um recorde que durava desde 1925. Nas ruas e nos parques, só tem uma forma de enfrentar o tempo quente e seco: com muita água.
“Muito seco e muito quente, mas a gente vai se hidratando, vamos que vamos. A luta continua”, diz o motorista Paulo Roberto Moreira.
Brasileiros enfrentam combinação de falta de chuva e calor extremo
Reprodução/TV Globo
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