A Força Aérea dos EUA enviou caças F-16 para a Groenlândia para reforçar sua presença no Ártico diante da atividade dos bombardeiros russos

A Força Aérea dos Estados Unidos desdobrou um destacamento de caças F-16 na Groenlândia para reforçar sua presença no Ártico, após a detecção de aeronaves russas no espaço aéreo internacional próximo à região. Segundo informações do Comando Norte-Americano de Defesa Aeroespacial (NORAD), uma patrulha aérea composta por aviões canadenses e norte-americanos supervisionou a atividade dos bombardeiros das Forças Aeroespaciais Russas (VKS), enquanto caças F-16 Fighting Falcon foram enviados do Alasca para a Groenlândia como parte da resposta do NORAD.

A patrulha aérea foi composta por dois esquadrões diferentes. O primeiro partiu da Região Canadense do NORAD (CANR) para o norte do Canadá, enquanto o segundo foi mobilizado da região do Alasca (ANR) para a costa da fronteira entre Alasca e Yukon. O primeiro era composto por dois caças CF-18 canadenses e um avião de reabastecimento KC-135 Stratotanker. A segunda patrulha incluiu dois aviões de quinta geração F-35A norte-americanos, um avião de alerta antecipado e controle aerotransportado E-3 Sentry e dois aviões de reabastecimento KC-135.

Este evento não é um caso isolado, já que dias atrás as Forças Aeroespaciais Russas (VKS) enviaram seus bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-160 para voos de patrulha sobre o Oceano Ártico. Os voos fazem parte das atividades rotineiras das forças militares russas na região. Além disso, é notável que esses deslocamentos sejam cada vez mais acompanhados por aeronaves e meios do Exército Popular de Libertação da China.

Da mesma forma, menciona-se que, horas depois, o NORAD também enviou dois caças F-16 do Alasca para a Groenlândia, alegando que isso foi feito em conformidade com seu acordo padrão com a Dinamarca para reforçar a presença do NORAD no Ártico. Presumivelmente, os F-16 da Força Aérea dos EUA podem ter sido operados a partir da Base Aérea de Thule, agora chamada Base Espacial Pituffik, localizada aproximadamente a 750 milhas ao norte do Círculo Polar Ártico. Vale destacar que essa instalação, a mais setentrional da Força Aérea dos EUA na ilha-continente, é um posto avançado crucial para a vigilância e monitoramento do Ártico, sendo a vanguarda para missões espaciais, instalação de sistemas de alerta antecipado de mísseis balísticos e operações de rastreamento por satélite, tornando-se um ativo indispensável para os Estados Unidos e seus aliados.

O fato de os caças terem sido enviados para a Groenlândia dentro dos requisitos do NORAD é notável no atual contexto das relações entre os Estados Unidos e a Dinamarca, já que a ilha tem sido objeto de debate desde que o atual presidente norte-americano, Donald Trump, não descartou a anexação da maior ilha do mundo, considerando-a um interesse de segurança nacional.

Embora ambos os governos tenham buscado resolver quaisquer diferenças, em meio a essas declarações formuladas pelo presidente norte-americano, a Dinamarca anunciou semanas atrás que estaria avaliando melhorias no aeroporto da ilha para permitir o estacionamiento de seus caças furtivos F-35A. Em particular, trata-se do aeroporto de Kangerlussuaq, uma antiga base militar norte-americana localizada no oeste da Groenlândia. Embora Copenhague seja a responsável pela segurança da ilha, o país dispõe de capacidade limitada para a manutenção e realização de operações militares de grande escala, contando com um avião de vigilância Bombardier CL-604 Challenger e uma pequena frota de quatro navios-patrulha com um longo histórico de serviço.

Apesar disso, e das tensões geradas nas últimas semanas em torno da ilha-continente, é importante considerar que a Dinamarca ainda está no processo de incorporar sua frota de caças furtivos F-35A provenientes dos Estados Unidos. Recentemente, novos lotes dessas aeronaves de quinta geração chegaram ao país, em duas entregas de quatro e três aeronaves, recebidas durante os meses de dezembro e janeiro, respectivamente.

Imagens usadas para fins ilustrativos.

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