Planos tech da Magalu deram errado?

Os planos da Magazine Luiza de se transformar em uma big tech brasileira parecem ter dado com os burros na água. 

Pelo menos, é o que aponta o valor de mercado da empresa, que caiu de R$ 177,5 bilhões na bolsa em 2020, o pico de entusiasmo dos investidores com a estratégia, para algo como R$ 6 bilhões hoje.

A estratégia “big tech” da Magalu começou a uma década atrás e levou a 21 aquisições, indo desde varejistas de e-commerce como Netshoes e KaBuM!, startups de tecnologia como a Stoq, e empresas de logística que hoje formam a Magalog.

A queda brutal no valor das ações tem que ver com a situação geral da bolsa e a mudanças nas condições de mercado como a taxa de juros, mas também a dúvidas sobre o valor da Magazine Luiza e a viabilidade de criar uma “Amazon brasileira”. 

“Hoje, nenhum gestor ou analista acredita que o Magalu vai atingir o tamanho que se imaginou que ele teria lá atrás. Nem ser tão inovador como prometeu. Na visão de quem acompanha o setor, é muito difícil para uma empresa que nasceu no ambiente físico ser tão competitiva como os nativos digitais, a exemplo de Mercado Livre e Amazon”, resume o site Investnews. 

Para fazer a virada digital, o Magalu fez 21 aquisições nos últimos dez anos: varejistas de e-commerce como Netshoes e KaBuM!, startups de tecnologia como a Stoq, e empresas de logística que hoje formam a Magalog.

Segundo os analistas ouvidos pelo Investnews, pesou na conta o custo logístico alto de uma operação digital, o aumento da competição e a dificuldade em integrar as empresas que foram compradas.

Ao mesmo tempo, concorrentes nativas digitais como Mercado Livre e Amazon não têm o peso das lojas físicas e aumentaram muito os investimentos no Brasil, com ações focadas em marketing e logística.

A Magalu tenta acalmar os investidores. Vanessa Rossini, diretora de relação com investidores do Magalu, disse que a empresa “mantém firme sua estratégia” e no momento está em um “segundo grande ciclo estratégico”: depois das aquisições em série até 2021, o momento é de organizar todas as unidades de negócio. 

Entre as iniciativas, está aumentar as margens e avançar no desenho da estrutura em algumas frentes: marketplace, logística (com o Magalog), pagamentos (com o MagaluPay), publicidade digital (com o MagaluAds) e tecnologia com o Luiza Labs e o Magalu Cloud. 

O cenário mais provável na visão do Investnews, é que o Magalu se consolide como uma empresa menor, focada no público de baixa renda e apostando na atual estratégia de redução de custos e melhoria operacional.

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