Aeroporto de Jaguaruna: Entrevista com Beto Martins sobre o futuro e as novas perspectivas de voos

Em uma reunião em Florianópolis, o Secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, se encontrou com líderes empresariais, prefeitos e dirigentes municipais da região Sul de Santa Catarina para discutir o futuro do Aeroporto Regional Humberto Ghizzo Bortoluzzi, em Jaguaruna. O encontro foi marcado pela abordagem de temas importantes para o desenvolvimento da aviação regional, com destaque para a nova concessão do aeroporto e a busca por novos voos, em especial para atender a demanda de executivos e o mercado de aviação comercial.

O encontro também foi o primeiro contato de Beto Martins com um dos representantes do Consórcio Aeroportuário Regional Sul, Gerson de Borba Dias, que informou que o consórcio solicitou um prazo de 60 dias para cumprir as obrigações legais e administrativas necessárias antes de assinar o contrato de concessão. O prazo foi solicitado em razão da complexidade do processo e da necessidade de apresentar garantias como o seguro e outras comprovações de capacidade financeira. O processo, realizado de forma transparente na Bolsa de Valores de São Paulo, exigiu uma série de etapas legais e operacionais que precisam ser cumpridas antes da assinatura do contrato.

Em entrevista ao Jornal da Guarujá, o Secretário Beto Martins falou sobre o impacto da concessão no futuro do aeroporto. “O aeroporto de Jaguaruna está parte do planejamento estratégico do Estado e no plano estadual aeroviário, que estabelece diretrizes para os próximos 30 anos”, afirmou. Martins explicou que o aeroporto está consolidado como o principal ponto de aviação regional do Sul de Santa Catarina e que a concessão é um passo importante para garantir a continuidade dos investimentos e a melhoria da infraestrutura da região. Ele ressaltou que o aeroporto está inserido em um projeto de desenvolvimento estadual que visa atender às demandas da aviação regional, com foco no crescimento e na modernização das operações.

No entanto, o aeroporto enfrenta desafios significativos devido à saída de algumas companhias aéreas da região. O recente anúncio da Azul, que cancelou mais de 20 voos pelo Brasil, impactou diretamente o Aeroporto de Jaguaruna, com a companhia deixando de operar em dois aeroportos catarinenses, incluindo o de Jaguaruna. Para Martins, esse é um reflexo de um problema mais amplo que afeta a aviação regional no Brasil. “A crise enfrentada pela Azul não é um problema exclusivo de Santa Catarina, é uma dificuldade nacional, mas estamos fazendo todo o possível para mitigar os impactos na nossa região”, disse o secretário.

O aeroporto de Jaguaruna registrou 135 mil passageiros em 2023, com a Latam liderando o número de voos. Contudo, a saída da Azul representou a perda de cerca de 30 mil passageiros, o que aumentou a pressão por alternativas de voos. “Estamos muito otimistas e trabalhando para garantir, ao menos, um segundo voo diário. Estamos confiantes de que, em breve, poderemos anunciar novidades”, afirmou Martins.

No que se refere à oferta de novos voos, Martins destacou que o governo do estado está em diálogo constante com as principais companhias aéreas, como a Latam e a Gol. A busca por novas rotas inclui a implementação de um plano de incentivos fiscais para o querosene de aviação, uma medida que visa reduzir os custos operacionais das companhias aéreas. “O governador Jorginho Mello tem se envolvido pessoalmente nesse processo, e nossa esperança é que esses incentivos atraiam novas rotas para Santa Catarina”, explicou o secretário.

Um dos principais objetivos do governo estadual é garantir a criação de uma rota entre Jaguaruna e Congonhas, um voo fundamental para o mercado executivo da região. No entanto, o secretário ressaltou as limitações de slots no aeroporto de Congonhas, que dificultam a ampliação de voos. “Congonhas tem uma limitação de slots, e é um desafio conseguir autorização para novos voos. O que estamos tentando é adaptar o horário dos voos para que possamos atender melhor a demanda”, explicou Martins, mencionando que um voo mais cedo poderia atender melhor os executivos da região.

Além das discussões sobre as novas rotas, o secretário ressaltou que o crescimento do aeroporto de Jaguaruna também depende do uso mais intenso da infraestrutura local pela comunidade e pelas empresas da região. “A sustentabilidade do aeroporto não depende apenas do governo estadual ou do novo concessionário. É uma questão que envolve a participação da região como um todo. Por isso, vamos lançar em breve uma campanha ‘Voe por Jaguaruna’, para estimular o uso do aeroporto e garantir seu crescimento e desenvolvimento”, concluiu Beto Martins.

Com os incentivos fiscais e a busca por novos voos, o governo estadual está determinado a fortalecer o Aeroporto Regional de Jaguaruna, promovendo não apenas a expansão das operações, mas também o fortalecimento da infraestrutura aeroportuária da região Sul de Santa Catarina. O secretário também destacou a importância de uma maior integração entre o poder público, as associações empresariais e as companhias aéreas para garantir que o aeroporto continue a ser um vetor de desenvolvimento para a economia local e regional.

Confira entrevista completa

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