De olho no futuro: Petrobras expande fronteiras e aposta na África

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A Petrobras está expandindo sua atuação internacional e negocia a compra de participações em ativos de petróleo na África, com foco em Angola, Namíbia e África do Sul. O objetivo da estatal é aumentar suas reservas para compensar a queda na produção prevista após 2030, garantindo um portfólio mais robusto no longo prazo. Segundo Sylvia dos Anjos, diretora de exploração e produção da Petrobras, a movimentação faz sentido estratégico e financeiro, já que a companhia já possui parcerias consolidadas com ExxonMobil, Shell e TotalEnergies, que também operam na região africana.

Além da expansão, a Petrobras projeta aumentar sua produção de 2,8 milhões de barris por dia (bpd) em 2025 para 3,1 milhões de bpd até 2029. A empresa também reforçou que seus projetos continuam sustentáveis mesmo com preços do petróleo a US$ 45 por barril, o que reforça a solidez do plano de investimento. No último mês, a estatal informou um aumento em suas reservas provadas de petróleo, condensado e gás natural, que passaram de 10,9 bilhões para 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em 2024. Entretanto, o mercado global segue atento às oscilações da commodity, com o barril de Brent girando em torno de US$ 77, influenciado pelo aumento dos estoques nos Estados Unidos e pelas incertezas sobre tarifas comerciais.

A visão dos especialistas sobre a movimentação da Petrobras

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a movimentação da Petrobras é acertada e estratégica, especialmente diante da projeção de queda na produção nacional após 2030. Ele destaca que, sem novas frentes de exploração, o Brasil pode voltar a ser um importador relevante de petróleo, o que impactaria diretamente o preço dos combustíveis no país. “A Petrobras está agindo de forma inteligente ao buscar ativos na África, uma costa que tem semelhanças com a brasileira e que ainda não foi amplamente explorada comercialmente”, afirma Cruz. Além disso, ele ressalta que essa diversificação geográfica pode reduzir riscos econômicos e políticos para o Brasil, já que o país está cada vez menos dependente da América Latina e expandindo relações com mercados como Oriente Médio, Sudeste Asiático e agora a África.

Para Vitor Sousa, analista de combustíveis da Genial Investimentos, a estratégia da Petrobras de buscar ativos na África é necessária para garantir a reposição contínua de suas reservas, especialmente diante do declínio esperado na produtividade do pré-sal após 2030. Ele acredita que, caso a margem equatorial brasileira se prove viável após a atual campanha exploratória, a estatal poderá redirecionar seu foco para esse ativo. “Enquanto a margem equatorial não for uma realidade concreta, a Petrobras precisa buscar oportunidades fora do Brasil para manter sua competitividade e assegurar sua produção no longo prazo”, avalia Sousa.

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