Deloitte cortar programas de diversidade

A Deloitte, uma das quatro maiores companhias de consultoria empresarial do mundo, acaba de anunciar em seu braço estadunidense o fim de suas metas e programas de diversidade e inclusão, em busca de entrar em conformidade com as novas políticas de Donald Trump.

Conforme revela a Folha de S. Paulo, a empresa ainda foi além, e pediu para que cerca de 15 mil funcionários que lidam com contratos governamentais retirassem seus pronomes de gênero da assinatura de e-mail.

Segundo a Deloitte, é necessário que se “alinhem às práticas e exigência emergentes de clientes governamentais”.

Ainda no ano passado, a GovConWire revelou que a companhia havia ganhado um possível contrato de US$ 2,4 bilhões com a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, para atender à força de trabalho submarina e a base industrial do país.

Apesar de em 2024 a receita da companhia ter somado mais de US$ 67,2 bilhões, valor em que a fatia representada por esse contrato é mínima, a ação da Deloitte indica que há muito mais em jogo no que diz respeito a contratos governamentais.

Anteriormente, a empresa já estava na mira de Trump. O  Yahoo divulgou na última segunda-feira, 10, que o presidente já analisava cortar gastos com consultores da Deloitte.

Nesse cenário, o político exige que até esta terça-feira, 11, à noite sejam fornecidas explicações sobre os contratos em vigência para que seja definido quais não são essenciais.

O movimento de corte de programas de diversidade tem sido feito por várias empresas desde a reeleição de Trump, incluindo a Accenture, ainda nesta semana, gerando polêmica.

Como resposta, a própria divisão britânica da Deloitte se posicionou contra a medida, revelando que a partir de agora irá reforçar as políticas de diversidade no Reino Unido.

A Deloitte possuía metas de diversidade, equidade e inclusão a serem atingidas até este ano. Entre elas, estava investir US$ 200 milhões em negócios liderados por negros e aumentar o equilíbrio de gênero e a diversidade étnica de seus parceiros e funcionários nos Estados Unidos.

A movimentação das grandes empresas de consultoria é importante porque elas são um bom barômetro das tendências do mundo corporativo como um todo. 

No mundo da tecnologia, o Baguete noticiou recentemente que o Google havia avançado na mesma direção, recuando dos programas de diversidade.

Segundo revela o The Wall Street Journal, a empresa está avaliando se continuará divulgando relatórios anuais de diversidade, algo que faz desde 2014. 

Com a decisão, o Google se alinha com outras grandes empresas de tecnologia, que estão encerrando programas do tipo (conhecidos pela sigla “DEI”), no que é visto como um esforço para cumprir as políticas do novo governo Trump sobre o tema. 

Na lista ampla, já estão nomes como Meta, Amazon, Walmart, Ford, John Deere, Harley-Davidson, McDonald’s, Boeing, Molson Coors, Lowes, Jack Daniels e Target.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.