Rumble está de volta no Brasil

A plataforma de vídeos canadense Rumble voltou a ficar disponível para os brasileiros nesta semana.

Popular entre políticos e influenciadores de orientação conservadora, o Rumble decidiu sair do ar no Brasil em 2022, depois de uma polêmica envolvendo o influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark.

Em um post no X, Chris Pavlovski, fundador e CEO da empresa, atribuiu a volta à vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e a uma decisão brasileira de “revogar a censura”. 

“A Rumble, empresa norte-americana, agora está totalmente operacional no Brasil. Dou crédito a Donald Trump por vencer em novembro. A decisão do Brasil de revogar a censura ao Rumble é prova de que o mundo está mudando. O presidente Trump está tornando o mundo grande novamente. Obrigado, presidente Trump”, escreveu Pavlovski no X.

Não está muito claro a que decisão especificamente Pavlovski se refere no seu tweet. 

O Rumble saiu do ar no Brasil depois que o Supremo Tribunal Federal ter pedido o bloqueio do canal de Monark.

Como o leitor talvez se lembre, Monark se envolveu na época em uma série de polêmicas, com críticas à atuação do Tribunal Superior Eleitoral, naquele momento presidido pelo ministro Alexandre de Moraes. 

O pedido de bloqueio foi apenas para o canal do Monark, ou seja, somente a URL que direcionava ao conteúdo do influenciador. O Rumble alegou que tal ato feria a Constituição e caracterizava censura, já que qualquer conteúdo, ilícito ou não, seria bloqueado.

A volta do Rumble foi celebrada por Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PL-SP), publicou em suas redes sociais um post anunciando a volta do programa Terça Livre no canal de Allan dos Santos na Rumble.

Allan dos Santos é considerado foragido pela Justiça brasileira e teve prisão preventiva decretada em 2021, acusado de calúnia, injúria e difamação no âmbito do inquérito das fake news, relatado por Moraes. 

Atualmente, mora nos EUA e posta vídeos com críticas ao ministro, além de mostrar sua rotina como motorista de Uber (Monark, aliás, também reside nos Estados Unidos).

O Rumble foi criado em 2013 como uma alternativa ao YouTube, com a proposta de defender o livre discurso. 

A plataforma ganhou destaque durante a pandemia de Covid-19, ao abrigar conteúdos conspiratórios sobre a crise sanitária e ao receber apoio de Donald Trump para veiculação de informações.

Uma apuração do Wall Street Journal revelou que, em 2020, a Rumble recebeu um financiamento de US$ 500 milhões da Narya Capital, empresa de capital de risco fundada pelo atual vice-presidente dos EUA, JD Vance.

Em 2021, o Rumble entrou com uma ação antitruste contra o Google, alegando manipulação do algoritmo para favorecer o YouTube nos resultados de pesquisa. A plataforma afirmou que a prática reduziu sua audiência e, consequentemente, suas receitas publicitárias.

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