Grupo hoteleiro português aponta três possibilidades de investimentos em Santa Catarina

Depois de três dias de visitas em Santa Catarina, os executivos do grupo português de hotéis Vila Galé decidiram analisar três chances de negócios no estado. O potencial turístico catarinense levantou a possibilidade de abertura de unidades na praia, na serra e um empreendimento corporativo, em Florianópolis. Durante a passagem pelo estado, os possíveis investidores foram recebidos pelo governador Jorginho Mello. Também percorreram diversos locais acompanhados pela secretária de Estado do Turismo, Catiane Seif, da presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Sheila Meireles e pelo presidente da InvestSc, Renato Lacerda.

A secretária de Estado do Turismo, Catiane Seif, lembra que o interesse do grupo Vila Galé no estado é fruto de um trabalho que vem desde o início do governo Jorginho Mello, com atenção e investimentos para potencializar o fluxo de visitas por aqui.

“Isso faz parte de uma estratégia de governo do nosso governador Jorginho Mello, ele juntamente conosco, traçou estratégias a curto, médio e longo prazo. Primeiro nós trouxemos as rotas internacionais, os nossos turistas internacionais voltaram e agora a gente precisa trazer hotéis de grife pra melhorar o padrão de hotelaria. Nós já temos um bom padrão, mas muitas vezes o turista europeu, americano, internacional busca hotelaria de grife. Fizemos algumas prospecções e o Vila Galé é um grupo forte, um grupo arrojado que tem investido de uma forma agressiva no mercado do Brasil”, disse Catiane.

Foto: Roberto Zacarias / SECOM

Para se ter uma ideia dos últimos investimentos do grupo no Brasil, no Ceará houve um aporte de R$ 80 milhões para um hotel com cerca de 120 apartamentos. Em Alagoas, outra unidade teve R$ 150 milhões em investimentos. Uma projeção preliminar é de que uma unidade em Santa Catarina poderia ter entre 120 e 150 apartamentos ao custo de R$ 120 milhões, gerando cerca de 100 vagas de empregos diretos.

O presidente do grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, elogiou o fato do Governo do Estado ter conseguido ampliar a malha viária internacional com voos diretos da TAP de Florianópolis para Portugal e da Copa Airlines para o Panamá. Ele atendeu a imprensa em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 10.

“O primeiro impacto é muito positivo para fazermos não só um investimento, mas vários investimentos por aqui. Recolhemos elementos com o Turismo, o Instituto do Meio Ambiente e a InvestSC que nos deram dados. Levamos na bagagem três projetos. Focamos em três pontos: um de praia, um serrano e um corporativo e três planos b para os mesmos espaços”, explicou Rebelo.

Foto: Roberto Zacarias / SECOM

Por questão estratégica, o presidente do grupo não revelou os locais específicos que estão em análise. Mas adiantou que no caso de Florianópolis a opção seria por uma unidade voltada ao uso corporativo, o Vila Galé Collection. Contudo, Rebelo garantiu que em no máximo três meses deve anunciar algum investimento em Santa Catarina.

“Nós somos rápidos. A decisão pode ser tomada em três meses, nós temos uma empresa própria, nós mesmos fazemos o projeto. Vamos estudar e em três meses teremos uma solução. O governador Jorginho Mello, a secretária Catiane e o IMA são rápidos e nós também temos essa política de resolver as coisas com agilidade”, finalizou o presidente do grupo.

Modelo retrofit

Para o presidente da InvestSc, Renato Lacerda, o trabalho agora também vai ter o foco na busca de prédios que possam ser aproveitados no chamado retrofit, uma reforma e readequação do espaço para chegar ao padrão hoteleiro.

“Nós já estamos há muitos meses trabalhando nesse projeto. E agora nas últimas semanas viemos fazendo uma seleção de imóveis para se encaixar nos perfis de hotéis que eles trabalham. E tivemos uma atividade intensiva de vistas sábado, domingo e segunda direcionando as várias opções pra que eles pudessem identificar o potencial do estado. Acabamos destinando um pouco de atenção a esse modelo do retrofit porque é um resultado mais rápido. E eles têm a possibilidade de pegar um hotel que já está em funcionamento ou uma edificação que não tenha ainda caraterística de hotel, mas que possa ser convertida e eles fazem todo esse trabalho de engenharia, arquiteturas convertendo o equipamento em um hotel com caráter corporativo”, explica Renato Lacerda.

Quem também teve papel fundamental nessa visita dos empresários portugueses foi o Instituto do Meio Ambiente (IMA). O órgão acompanhou o grupo tirando dúvidas sobre possíveis licenças ambientais e locais a serem explorados.

“As empresas devem nos procurar primeiro para deixar alinhado que estudos são necessários, quais informações a gente precisa a depender do tipo de empreendimento que vai ser realizado. Esse tipo de reunião prévia facilita muito no momento em que eles protocolam o pedido de licença, dá maior agilidade na análise”, disse a presidente do IMA, Sheila Meireles.

Foto: Roberto Zacarias / SECOM

Sobre o grupo Vila Galé

A Vila Galé é considerada uma grife do setor hoteleiro com 45 empreendimentos distribuídos por diversos países. Além dos hotéis em operação, outros quatro serão inaugurados em 2025 e seis estão em construção. O empresário Jorge Rebelo de Almeida também atua na produção de vinhos e azeites. Esta é a segunda missão portuguesa que visita Santa Catarina a partir do início das operações da TAP com voo direto ligando Florianópolis e Lisboa, além de concretizar um compromisso assumido pelo governador de atrair empresas internacionais do setor para conhecer os atrativos turísticos de SC.

O grupo Vila Galé é o segundo maior grupo hoteleiro português. Com mais de três décadas de existência, conta com 45 unidades hoteleiras. Dessas, 32 estão em Portugal – Algarve, Elvas, Évora, Beja, Oeiras, Estoril, Cascais, Sintra, Ericeira, Lisboa, Coimbra, Porto, Braga, Douro e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores; 11 no Brasil – nas regiões de Alagoas, Rio de Janeiro, Fortaleza, Caucaia, Salvador, Guarajuba, Pernambuco, Touros, Angra dos Reis e São Paulo; uma em Cuba e uma na Espanha. Todas estão estrategicamente localizadas. No total, o grupo soma mais de 9.800 quartos, mais de 24 mil leitos e cerca de 4.500 colaboradores. O grupo, de capital inteiramente português, busca um crescimento econômico sustentável, social e ambientalmente responsável, seguindo o lema “Sempre perto de você”. Em 2024, as receitas do grupo atingiram aproximadamente R$ 682 milhões no Brasil, o que representa um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.

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