Advogado, pai de três filhos, e piloto: quem são as vítimas da queda de avião em SP

O advogado Márcio Louzada Carpena, 49, morreu na manhã desta sexta-feira (7), em decorrência da queda do avião na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Ele tinha postado um vídeo da aeronave momentos antes de embarcar.

A morte dele foi confirmada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio Grande do Sul. Além de Márcio, também morreu o piloto Gustavo Medeiros.

À frente de um escritório de advocacia com foco empresarial, Márcio costumava compartilhar nas redes sociais imagens de férias e declarações para a família. Ele era casado e tinha três filhos. Em dezembro, registrou imagens do primeiro voo da aeronave recém-comprada e escreveu na legenda “família reunida”.

Nas redes, a conquista da aeronave foi celebrada por amigos e pela esposa, Francieli Pedrotti Rozales, que escreveu ter orgulho do marido. “Parabéns, meu amor, por mais essa conquista”. No comentário, o empresário respondeu: “que façamos muitos voos juntos e sejamos muito felizes”.

O advogado também mostrava viagens e momentos de celebração, como o aniversário de 10 anos da filha. Também tinha costume de registrar pensatas nas redes sociais. Na quinta-feira, ele escreveu: “algumas pessoas jamais vão te perguntar o teu lado da história, pois o lado que elas ouviram é o que elas querem achar de você”.

Segundo a OAB-RS, Márcio se formou na PUC-RS, no curso de ciências jurídicas e sociais, em 1999, e quatro anos depois se tornou mestre em direito processual civil.

Ele atuava na área contenciosa civil em tribunais regionais, estaduais e superiores, além dos institutos de mediação e arbitragem. O empresário também foi professor na faculdade de direito da PUC-RS e na Escola da Magistratura.

Também palestrava em congressos, seminários e colóquios de direito, tanto no Brasil quanto em outros países. Ele também presidiu a Academia Brasileira de Direito Processual Civil entre 2003 e 2009.

Em nota, a Carpena Advogados, escritório de advocacia, confirma que as autoridades seguem atuando no local e na identificação das vítimas. “Neste momento de consternação, estamos prestando todo o apoio necessário à família, aos amigos e aos sócios do escritório. Também estamos colaborando integralmente com as autoridades para o esclarecimento dos fatos”, completa a nota.

A aeronave que caiu era um King Air F90, fabricado em 1981, com capacidade para até oito pessoas, e havia sido comprada em dezembro pela Máxima Inteligência Operações Estruturadas LTDA.

De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião foi fabricado pela Beech Aircraft e era um turbohélice de dois motores para sete passageiros, além do piloto.
Ele estava registrado apenas para operação de serviços privados, com veto para realização de táxi aéreo. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, isso significa que a aeronave não tem permissão específica para realizar operações de táxi aéreo (locação a terceiros), não que não poderia voar.

A situação de aeronavegabilidade era normal e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) estava ativo e era válido até o fim de 2025.

A FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou que investigadores do Seripa IV (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar a investigação do acidente.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.