Dólar fecha em R$ 5,76, menor valor em 3 meses

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O dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (6) cotado a R$ 5,76, atingindo o menor valor desde novembro de 2024. A moeda americana já acumula queda de mais de 7% em 2025, refletindo a entrada de capital estrangeiro e fatores externos que têm pressionado a divisa para baixo. A última vez que o dólar esteve nesse patamar foi em 7 de novembro, quando fechou em R$ 5,77.

O recuo da moeda norte-americana foi impulsionado pela valorização do minério de ferro na China. Exportadores aproveitaram a leve alta do dólar na véspera para realizar vendas no mercado de câmbio, ampliando a pressão de baixa sobre a cotação.

No cenário externo, o dólar perdeu força em relação a moedas emergentes e de países exportadores de commodities, refletindo o apetite por risco dos investidores. No entanto, a divisa se fortaleceu contra a libra esterlina, após o Banco da Inglaterra (BoE) reduzir sua taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,5% ao ano.

  • Especialistas apontam fatores internos e externos para a queda do dólar

Para Lucas Tavares, especialista em câmbio da WIT Invest, a desvalorização da moeda americana pode continuar:

“O dólar acumula 12 dias de queda seguidos frente ao real e pode continuar neste ritmo. Houve fatores internos que favoreceram a valorização do real, como o aumento da Selic em 1 ponto percentual, deixando os títulos de renda fixa mais atrativos para investidores estrangeiros. Entretanto, acredito que o principal fator esteja nas ações do início do mandato do governo Trump e na guerra comercial que está sendo travada com México, Canadá e China”, avalia.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca a influência combinada de fatores internos e externos na recente desvalorização do dólar:

“A sequência de desvalorizações do dólar é resultado da combinação de alguns fatores externos e internos. Nos Estados Unidos, a desaceleração do mercado de trabalho reforça a expectativa de cortes nos juros pelo Fed, reduzindo a atratividade dos investimentos em dólar e favorecendo economias emergentes. No Brasil, a taxa Selic alta mantém o diferencial de juros positivo, atraindo capital estrangeiro e dando força ao real. Esse cenário fortalece a moeda brasileira, mas é preciso cautela: o câmbio é sensível a incertezas políticas e econômicas, e novos desdobramentos, tanto no cenário global quanto doméstico, podem reverter essa tendência“, alerta Eyng.

O mercado segue atento à evolução da política monetária nos Estados Unidos e aos desdobramentos da política externa do governo Trump, que podem impactar o fluxo global de capitais e influenciar diretamente a trajetória do dólar no Brasil.

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