SynthID: ferramenta da Google para identificar conteúdo gerado por IA já está com lista de espera aberta

No dia 20 de maio de 2025, durante o evento anual Google I/O, a empresa anunciou o lançamento do SynthID Detector, uma ferramenta gratuita de verificação que permite identificar se um conteúdo digital foi gerado por modelos de inteligência artificial do próprio Google. O recurso funciona como um portal web onde qualquer usuário pode carregar arquivos de imagem, vídeo, áudio ou texto para análise.

A ferramenta busca identificar marcas d’água digitais criadas pela tecnologia SynthID, já integrada a modelos como Imagen, Gemini, Veo e Lyria.

Imagem: Google/Reprodução

Segundo o Google, o objetivo é fornecer uma camada adicional de transparência e verificação em um cenário digital onde a produção de conteúdo sintético cresce em ritmo acelerado, principalmente com a popularização de modelos generativos.

Como funciona o SynthID Detector

A base do sistema está na tecnologia SynthID, desenvolvida inicialmente para identificar imagens criadas pelo modelo Imagen em 2023. Essa tecnologia evoluiu para ser compatível com outros tipos de mídia e hoje marca automaticamente conteúdos gerados pelos principais modelos da empresa.

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A marca d’água é invisível ao olho humano, mas pode ser detectada mesmo após edições comuns, como compressão, redimensionamento, recorte ou alteração de cor.

Imagem: Google/Reprodução

O funcionamento do portal SynthID Detector ocorre em três etapas:

  1. Upload do conteúdo digital (imagem, vídeo, áudio ou trecho de texto);
  2. Análise automatizada que verifica se há presença de marcas SynthID;
  3. Relatório com os resultados, que pode destacar trechos ou regiões específicas com maior probabilidade de terem sido geradas por IA.

Por exemplo, ao carregar um vídeo, o sistema pode indicar exatamente qual parte do arquivo apresenta a marcação digital. No caso de um texto, a detecção pode apontar frases específicas como originadas por IA.

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Esse tipo de granularidade facilita o trabalho de jornalistas, pesquisadores e profissionais da mídia, que precisam avaliar o grau de interferência de IA em conteúdos aparentemente autênticos.

Parcerias e expansão da tecnologia

Embora o SynthID Detector identifique apenas marcas inseridas por modelos do próprio Google, a empresa já anunciou parcerias para ampliar a adoção da tecnologia.

A NVIDIA integrará a marca SynthID em vídeos gerados com seu modelo Cosmos, enquanto a empresa GetReal Security também terá acesso à tecnologia para desenvolver verificadores independentes.

Além disso, o Google publicou uma versão open-source da tecnologia de marcação para textos, permitindo que outros desenvolvedores adotem o padrão em seus próprios sistemas.

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Google

A expectativa é que mais empresas passem a utilizar o SynthID, aumentando o alcance da ferramenta e viabilizando a criação de um ecossistema de autenticação comum no setor de IA generativa.

Apesar disso, o SynthID Detector ainda possui limitações. Conteúdos produzidos por modelos concorrentes, como DALL·E, Midjourney, Claude ou Suno AI, não são detectáveis pela ferramenta atual.

Ou seja, deepfakes e textos sintéticos gerados por outras empresas continuam fora do escopo de análise.

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Como se inscrever para testar o SynthID Detector

No momento, o uso do portal está restrito a uma lista de espera, voltada especialmente para jornalistas, pesquisadores, desenvolvedores e profissionais da comunicação.

FOMULÁRIO PARA INSCRIÇÃO DA FILA DE ESPERA DO SYNTID

A inscrição pode ser feita por meio de um formulário disponibilizado no site oficial da Google DeepMind.

Os passos básicos para entrar na lista incluem:

  1. Acessar a página do projeto SynthID no site do Google DeepMind;
  2. Preencher o formulário com nome, instituição, e-mail profissional e justificativa de uso;
  3. Aguardar a confirmação por e-mail com instruções de acesso.

Não há exigência de pagamento ou restrição geográfica. Segundo o Google, o SynthID Detector estará disponível globalmente, inclusive no Brasil, embora alguns idiomas, além do inglês, possam apresentar maior latência na análise até que os algoritmos sejam otimizados para diferentes contextos linguísticos.

Via: Engadget. Fonte: Google.

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