“Brasil atrai capital em meio à rotação dos EUA para emergentes, diz analista

O movimento de rotação de capital dos Estados Unidos para mercados emergentes, como o Brasil, já está em curso, embora ainda dependa de fatores a serem confirmados, segundo avaliação de Paola Mello, analista e sócia da GTI. Em entrevista ao programa BM&C News, ela afirmou que, diante da desaceleração da economia americana e da perda de força do dólar, o olhar dos investidores voltou a se abrir para novos destinos.

O fluxo está vindo, ele é uma realidade”, disse Mello. Apesar disso, a analista pondera que a tendência ainda carece de mais sinais consistentes de estabilidade econômica global. “Ainda depende de mais fatores que precisam ser confirmados”, acrescentou.

Brasil se destaca pela ausência de alternativas melhores

Dentro do universo dos emergentes, o Brasil tem ganhado destaque, embora, segundo a analista, isso não se deva propriamente a méritos internos. “Nós somos uma pequena ilhazinha nesse contexto de investimentos globais. Não por nossa boa forma, mas talvez pela falta de opções em mercados melhores, o dinheiro está voltando para cá”, explicou.

O argumento reforça a visão de que, em momentos de realocação de capital, o Brasil aparece como destino viável, mesmo em meio a desafios econômicos locais. A escassez de alternativas mais seguras ou rentáveis no exterior abre espaço para que o mercado brasileiro receba novos fluxos.

Boas empresas no Brasil a preços atrativos

Um dos pontos que tornam o Brasil atrativo, segundo Paola Mello, é a qualidade e o preço das empresas listadas em Bolsa. “Tem bastante coisa boa, muito barata”, afirmou a analista.

Ela explicou que os investidores encontram atualmente boas oportunidades em companhias sólidas, sem necessidade de migrar para ações de menor liquidez ou de modelos de negócio ainda pouco testados. “O investidor não precisa descer para aquilo que chamamos de segundo escalão, seja empresas com menor liquidez ou com menos segurança nos seus negócios”, ressaltou.

Essa condição, segundo ela, favorece uma composição de portfólio mais robusta e diversificada dentro do próprio mercado brasileiro, aproveitando os descontos oferecidos em relação a fundamentos sólidos.

Estrutura de mercado favorece movimentos bruscos de preço

Paola também chamou atenção para a liquidez limitada do mercado brasileiro, o que pode potencializar movimentos expressivos nos preços dos ativos. “A portinha aqui do Brasil é bastante estreita. Então, quando o investidor resolve entrar, vemos movimentos de preços bastante bruscos”, explicou.

Esse fenômeno é comum em mercados emergentes com menor profundidade de liquidez: entradas ou saídas expressivas de capital geram oscilações fortes e rápidas, afetando diretamente a rentabilidade dos investidores.

Renda variável: a importância de manter exposição

Diante desse cenário, a recomendação da analista da GTI é clara: manter posição em ativos de renda variável. “É por isso que não dá para sair da classe de ativos. Às vezes, quando vem esse movimento, quem ficou de fora acaba ficando para trás na rentabilidade”, afirmou.

A exposição contínua permite capturar movimentos positivos de mercado que podem ocorrer de forma abrupta, em especial quando o fluxo de capital externo se intensifica.

Paola finalizou reforçando a necessidade de uma estratégia consistente, focada em fundamentos sólidos, especialmente em momentos de maior volatilidade no cenário global.

Assista na íntegra:

Leia mais notícias e análises clicando aqui

O post “Brasil atrai capital em meio à rotação dos EUA para emergentes, diz analista apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.