A KAI está buscando posicionar seu caça KF-21 como uma opção para equipar a Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos, em comparação ao F-35 dos Estados Unidos

Como parte de seus esforços para abrir novos mercados no Oriente Médio, a empresa sul-coreana KAI está avançando na promoção internacional de seu novo caça KF-21 Boramae, visando especialmente a Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos (EAU), que está buscando alternativas ao caça de quinta geração F-35A dos EUA após obstáculos impostos por Washington para autorizar sua possível venda. Nesse sentido, recentes reuniões oficiais e voos de teste na Coreia do Sul marcaram um novo marco nas relações bilaterais entre os dois países e abriram caminho para que os Emirados Árabes Unidos se tornassem um dos primeiros operadores estrangeiros do caça multifuncional sul-coreano de 4,5ª geração.

O interesse renovado dos Emirados Árabes Unidos no KF-21 Boramae ocorre em um momento em que o país busca diversificar seus fornecedores de equipamentos militares e reduzir sua dependência de parceiros tradicionais, como os Estados Unidos e a Europa. A recusa do governo democrata anterior em prosseguir com a venda do F-35, devido a divergências sobre os termos, levou as autoridades dos Emirados a considerar novas plataformas de combate, incluindo o caça sul-coreano. Vale destacar que já em 2023, a Coreia do Sul recebeu uma carta dos Emirados Árabes Unidos (EAU) demonstrando interesse em cooperação direta para o desenvolvimento do futuro caça KAI KF-21 Boramae. O relatório sugeriu que Abu Dhabi queria substituir o investimento da Indonésia no programa comprando a participação da Indonésia.

Anos mais tarde, uma delegação militar de alto nível, liderada pelo Major General Rashed Mohammed Al Shamsi, comandante da Força Aérea e da Defesa Aérea dos Emirados Árabes Unidos, visitou a sede da Korea Aerospace Industries (KAI) em Sacheon, Coreia do Sul, onde um dos representantes dos Emirados participou de um voo de teste do KF-21. Além disso, foi assinada uma carta de intenções para avançar na cooperação técnica e operacional entre as duas Forças Aéreas.

Essa reaproximação com os Emirados Árabes Unidos ocorre em um momento em que persiste a incerteza sobre a participação da Indonésia no programa conjunto de desenvolvimento do KF-21. Apesar de ter inicialmente comprometido 20% do custo do projeto — em troca de 48 unidades do modelo IF-X e transferência de tecnologia — a Jakarta, empresa indonésia envolvida, atrasou os pagamentos e tentou reduzir sua contribuição financeira. Em 2024, a Coreia do Sul concordou em reduzir o compromisso financeiro da Indonésia de 1,6 trilhão de wons para 600 bilhões de wons (US$ 442,3 milhões), enquanto em 2025 a Indonésia reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento conjunto da futura aeronave de combate, confirmando a continuação do diálogo.

Analistas sustentam que a potencial incorporação dos Emirados Árabes Unidos ao programa — embora ainda não formalizada — pode representar um ponto de virada para o KF-21, permitindo-lhe abrir novos mercados e consolidar seu alcance internacional. Em 2022, os Emirados Árabes Unidos já haviam adquirido o sistema antiaéreo coreano Cheongung-II, estabelecendo um precedente na cooperação de defesa entre os dois países. A possibilidade de os Emirados Árabes Unidos considerarem o KF-21 como parte de sua futura frota aérea o posiciona como uma alternativa viável e competitiva no cenário regional. A Força Aérea dos Emirados atualmente opera caças F-16 e está no processo de substituir seus Mirage 2000s por Rafales, deixando a porta aberta para uma possível substituição ou complemento aos F-16. Nesse contexto, o Boramae poderia oferecer um equilíbrio entre desempenho avançado, disponibilidade operacional e transferência de tecnologia, em contraste com as restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação do F-35.

Questionado sobre o status atual do programa, um funcionário da Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA) declarou que “as discussões com os Emirados Árabes Unidos representam uma oportunidade significativa para expandir o escopo do KF-21 além da estrutura original com a Indonésia”. Ele também esclareceu que, embora os Emirados Árabes Unidos não tenham expressado oficialmente sua intenção de participar do desenvolvimento do projeto, “várias vias de cooperação estão sendo exploradas“. Sobre a situação com Jacarta, ele afirmou que “as negociações continuam e, por enquanto, a Indonésia reiterou seu compromisso com o programa“. No entanto, o funcionário reconheceu que o avanço da Boramae para a produção pode depender em parte do sucesso na obtenção de novos parceiros estratégicos e potenciais operadores em regiões importantes, como o Oriente Médio.

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