Argentina rejeitou nome de Tancredo Neves para a ponte com o Brasil

Argentina rejeitou nome de Tancredo Neves para a ponte com o Brasil

Lideranças de Puerto Iguazú, na Argentina, rejeitaram o nome de Tancredo Neves para batizar a ponte com o Brasil sobre o Rio Iguaçu, antes de sua inauguração. A designação foi uma homenagem ao presidente brasileiro, falecido em 1985.

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Os acontecimentos foram reportados na edição n.º 194 do Jornal Nosso Tempo, em novembro daquele ano. A matéria conta que uma carta de protesto foi endereçada ao então presidente argentino Raúl Alfonsín.

O documento era assinado pelo prefeito da cidade vizinha, Roberto Velasques. Além disso, Hernan Scappini e Luis Honorio Rolón, presidente e vice da Câmara de Vereadores, por exemplo, endossavam o protesto.

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Assim, na época, a escolha do nome da ponte da Argentina e do Brasil foi considerada uma “imposição” decorrente do que chamaram de “emocionalismos circunstanciais”. Puerto Iguazú questionava Buenos Aires, a capital federal portenha, pela falta de consulta à comunidade fronteiriça.

“Sem prejuízo do respeito que sentimos e que merece a figura do presidente brasileiro recentemente falecido, cremos que, novamente, desde Buenos Aires, tomaram-se decisões sem consulta que comprometem a soberania sob o ponto de vista cultural”, dizia a carta.

Argentina e a ponte

Os vizinhos de Iguazú argumentavam que o nome da ponte internacional não era uma medida secundária. Para eles, por exemplo, a denominação tinha um significado histórico e cultural profundo, conforme narrou o jornal.

Em 1984, a representação de Puerto Iguazú havia sugerido designar a ponte de Santa Maria. Seria uma forma de homenagear uma experiência jesuítica e indígena fundada na região em 1626 e que melhor simbolizaria a união fronteiriça, disseram.

Outros nomes foram propostos, de Perón a Bolívar. Contudo, prevaleceu a Ponte Internacional Tancredo Neves Brasil-Argentina, também chamada de “Ponte da Fraternidade”.

O fato, porém, revela a dificuldade de se chegar à unanimidade na nomeação de pontes na região. Isso porque as cidades fronteiriças, mais recentemente, também rejeitaram Jaime Lerner na designação da Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai.

O nome do do ex-governador do Paraná acabou sendo vinculado à obra, por meio de projeto aprovado na Câmara Federal, de autoria de um deputado que sequer é da região. Na boca das pessoas, todavia, a estrutura que ainda não está sendo usada é chamada apenas de Ponte da Integração.

Acesse a reportagem original, na íntegra.

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