Honeywell irá se dividir para crescer

A Honeywell, empresa estadunidense de tecnologia e manufatura, pretende desmembrar seu setor aeroespacial, considerado o carro-chefe da companhia, dos negócios de automação e materiais avançados. O intuito? Crescer em valor comercial e estratégico.

A possível mudança vem da pressão do fundo de investimentos Elliott Investment Management, que adquiriu cerca de US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões) em ações do conglomerado, e do sucesso da General Electric (GE), que quadruplicou seu valor de mercado após a estratégia.

Para o fundo, a estrutura atual da empresa é complexa e apresenta gestão deficiente, fatores que atrapalham seus resultados. Em análises, junto ao CEO da companhia, Vimal Kapur, identificou-se que o segmento aeroespacial divergia em crescimento se comparado aos demais, e que uma separação seria o melhor caminho a seguir.

Atualmente, 40% da receita anual de US$ 28,4 bilhões (R$ 163,7 bilhões) da Honeywell em 2024 vem do negócio aeroespacial. Analistas estimam que, como empresa independente, a Honeywell Aerospace Technologies passaria a valer US$ 100 bilhões (R$ 576,3 bilhões).

O setor produz motores e sistemas de cabine para a Boeing e outras empresas de aviação, assim como sistemas de gerenciamento de aeroportos, tráfego aéreo, freios de aeronaves e caixas-pretas, entre outros.

As ações da empresa, se comparadas ao restante do mercado, não vinham bem. Após o anúncio da separação, voltaram a subir, mas, diante da previsão de receitas e lucros de 2025 abaixo do esperado, caíram novamente 5%.

A decisão de novos rumos veio na esteira do sucesso apresentado pela GE. Apenas a unidade espacial da companhia passou a valer US$ 215 bilhões, mais que o dobro do valor antes da separação.

Outros conglomerados seguiram o mesmo caminho. São os casos da United Technologies, Danaher e Alcoa, que alcançaram melhor desempenho e lucros mais altos após a divisão.

As outras duas empresas da Honeywell cuidariam do setor de automação, voltado para automação predial, sistemas de segurança, controle climático, automação industrial para controle de fábricas e softwares para otimização de produção. 

Já a terceira seria responsável pelos materiais avançados, como produtos químicos e equipamentos de proteção individual, muito utilizados no Brasil.

A Honeywell tem forte presença no Brasil, fornecendo soluções para as indústrias automotiva, química, aeroespacial e de segurança, além de atuar em projetos de cidades inteligentes e infraestrutura.

A separação dos negócios de automação e aeroespacial da Honeywell deve ser concluída até o segundo semestre de 2026. Kapur e a Elliott esperam que os três novos negócios tenham maior flexibilidade financeira e uma equipe de gerenciamento focada.

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