Congresso deve desidratar pacote de corte de gastos; Entenda!

O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo inclui medidas como ajustes no salário mínimo, abono salarial, Fundeb e outros fundos vinculados, como o de Ciência e Tecnologia. Segundo especialistas, essas ações foram esperadas por boa parte do mercado. “O pacote fiscal compõe-se de medidas importantes que mexem nas válvulas que todo mundo pedia para que fossem mexidas”, afirmou o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salton, durante sua participação na BM&C News.

Apesar disso, ele destacou que o pacote enfrenta limitações. “Sozinho, ele provavelmente não será suficiente para resolver os desafios fiscais, especialmente devido ao impacto de medidas como o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, que tem um custo de R$ 45,8 bilhões.”

Alta da dívida pública exige superávits primários

Felipe alertou que o crescimento da dívida pública e a alta taxa de juros exigem superávits primários significativos para reequilibrar as contas públicas. Isso porque, ele pontua a necessidade de “uma sinalização clara nessa direção para recuperar as condições de sustentabilidade da dívida em relação ao PIB”.

Além disso, o economista destacou que, mesmo com as medidas apresentadas, a intensidade das ações não parece suficiente para alcançar um superávit primário nos próximos dois a três anos, prazo considerado crucial para o equilíbrio fiscal.

Questionado sobre o papel do Congresso, Felipe avaliou que é pouco provável que os parlamentares endureçam cortes de despesas em áreas sensíveis, como educação e salário mínimo. “O Congresso pode ajudar a melhorar o pacote, mas eu não aposto minhas fichas nisso. Discutir uma regra fiscal, como o teto de gastos, é muito diferente de debater cortes diretos em despesas.”

Ele ressaltou que eventuais aprimoramentos devem partir do Ministério da Fazenda. “Se houver alguma melhora do pacote em termos de efeito fiscal, deve vir do próprio ministério.”

Problemas de comunicação prejudicam a credibilidade do governo

O economista também comentou sobre os vazamentos de informações antes do anúncio oficial, o que teria criado uma “novela” em torno do pacote fiscal. “O próprio governo criou esse problema ao alimentar expectativas semanais sobre o pacote, o que acabou elevando a tensão no mercado, tanto na curva de juros quanto na taxa de câmbio.”

Em suma, Salto também destacou que a recepção do pacote foi comprometida pela comunicação ineficaz e pela falta de intensidade nas medidas. “O governo precisa entender o recado do mercado e recuperar a credibilidade. Dessa forma, não adianta brigar com o mercado, mas sim agir para reduzir o prêmio de risco associado à dinâmica fiscal.”

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