Indústria: tecnologia avança, mas 4.0 está bem longe

A indústria brasileira evoluiu bastante no assunto digitalização nos últimos anos, mas ainda está longe de ter a tecnologia necessária para fazer uma transformação para a chamada “Indústria 4.0”.

Pelo menos, é o que mostra uma análise dos números da 2ª edição do Índice de Produtividade (IPT) da Manufatura, realizado pela Totvs, a maior empresa de software de gestão do Brasil em parceria com a H2R Insights & Trends.

O dado chave do estudo é o chamado Índice de Prontidão Futura (IPF), uma cifra numa escala de 0 a 1 que mede o estágio de modernização de TI de uma empresa. 

Em 2024, o IPF das indústrias brasileiras registrou média de 0,53, enquanto em 2019 o índice ficou em 0,38.

As indústrias pesquisadas apontaram como prioridade de investimento para o futuro segurança cibernética (67%), soluções em nuvem (63%), digitalização de processos (58%) e ferramentas mobile (57%).

São as mesmas tecnologias apontadas na 1ª edição do estudo realizada em 2019, antes da pandemia, o que mostra que as empresas pesquisadas estão mais ou menos no mesmo lugar. 

As tecnologias mencionadas são as mesmas apontadas em 2019, na 1ª edição da pesquisa, e não dá para dizer que representem exatamente o que deveriam ser as preocupações de empresas de manufatura de ponta.  

As tecnologias que guiam as empresas para a Indústria 4.0, como Inteligência Artificial/Machine Learning, sensores de IoT, robôs para tarefas de alto risco e realidade aumentada/realidade virtual, foram citadas como prioridade para menos de 50% dos entrevistados.

“É importante observarmos o avanço das indústrias brasileiras nos últimos 5 anos, porém entendendo que de fato não evoluímos para um cenário de Indústria 4.0. A falta de investimento tecnológico pode gerar diversos impactos negativos, que vão desde processos produtivos menos eficientes a perda significativa de competitividade”, reforça Angela Gheller, diretora de produtos para Manufatura da Totvs.

SEGMENTOS

Quando analisados os subsegmentos da pesquisa, Química & Reciclagem obteve performance de 0,56 pontos no Índice de Prontidão Futura, enquanto Bens de Consumo, Bens Duráveis e Têxtil & Vestuário tiveram 0,55, ficando acima da média geral do setor (0,53), e o Metalmecânico e Plástico performou exatamente como a média do setor.

Bens de Capital ficou um pouco abaixo da média, com 0,51 pontos; enquanto, como destaque negativo, estão os segmentos de Extrativismo e Beneficiamento, com índice de 0,41, e Papel e Celulose, com 0,42.

PERFIL

Para a 2ª edição do IPT da Manufatura, foram realizadas 500 entrevistas com profissionais de indústrias de 23 estados brasileiros, com faturamento acima de R$3 milhões. 

Dessa amostra, 42% correspondem a indústrias de pequeno porte, 40% de médio porte e 13% de grande porte. As empresas se enquadram em nacionais (93%) e multinacionais (7%) – tendo esta pequena parcela performado 9% acima na média do IPT em relação às nacionais. A primeira edição foi publicada em 2019.

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