Sexta-Feira 13: veterinário alerta para riscos e cuidados com gatos pretos

A Sexta-Feira 13 é cercada de mitos e superstições há séculos. Em diversas culturas, a data é associada a azar, e uma das vítimas mais comuns dessa crença equivocada são os gatos pretos. Durante esse período, é comum que esses animais sofram maus-tratos, sejam abandonados ou, em casos extremos, utilizados em rituais.

Mas afinal, de onde surgiu a associação do gato preto com a Sexta-Feira 13?

A ligação entre gatos pretos e má sorte remonta à Idade Média, quando, em algumas culturas europeias, eles eram associados à feitiçaria. Na época, acreditava-se que bruxas podiam se transformar em gatos pretos para realizarem suas magias, e a associação com o sobrenatural fez com que esses felinos fossem temidos e maltratados.

A superstição perdurou ao longo dos séculos e, até hoje, muitos gatos pretos são vistos com desconfiança, especialmente durante a sexta-feira 13, uma data carregada de simbologia. Embora a sociedade moderna esteja cada vez mais cética em relação a essas superstições, o estigma continua a ser uma preocupação real para defensores dos animais.

Medidas de proteção para gatos pretos

Segundo o veterinário Matheus Moreira, da Clínica Veterinária Dr. PetZoo, muitos abrigos de animais limitam a adoção de gatos pretos durante os dias próximos à sexta-feira 13. “Infelizmente, nessa época do ano, há uma demanda por gatos pretos que não se reflete em verdadeiros lares responsáveis. Isso acende um alerta para adoções impulsivas ou, em casos mais graves, para aqueles que têm más intenções em relação aos animais”, explica.

Ele também ressalta que muitos gatos pretos são alvos de violência devido à ignorância. “Algumas pessoas ainda acreditam em superstições antigas e os veem como símbolos de azar. Como resultado, esses animais correm mais riscos de serem maltratados, especialmente em comunidades onde essas crenças são mais fortes”, alerta.

Para proteger gatos pretos, tanto os que vivem em abrigos quanto aqueles que têm lares, algumas medidas podem ser adotadas, especialmente nos dias que antecedem a sexta-feira 13:

  1. Mantenha seu gato dentro de casa: Caso tenha um gato preto, a recomendação principal é mantê-lo seguro dentro de casa, longe de pessoas mal-intencionadas. Durante a sexta-feira 13, o ideal é que ele não tenha acesso a áreas externas, como quintais ou jardins.
  2. Supervisão redobrada: Se o animal tem o costume de circular pela vizinhança, certifique-se de que ele está sendo supervisionado. Outra alternativa é providenciar um local seguro para que ele se entretenha dentro de casa, evitando a exposição desnecessária.
  3. Campanhas de conscientização: O poder da conscientização é grande. Veterinários, ONGs e abrigos devem aproveitar a data para educar a população sobre os perigos enfrentados pelos gatos pretos e incentivar a adoção responsável. “Gatos pretos são amorosos e companheiros como qualquer outro animal. A cor do pelo não deve ser fator para discriminação”, reforça o veterinário.
  4. Identificação: Gatos que têm microchips ou coleiras de identificação podem ser mais facilmente localizados caso algo aconteça. Invista em formas de identificação confiáveis, para garantir que, em qualquer situação, o animal seja facilmente encontrado e devolvido.
  5. Atenção aos abrigos: Muitos abrigos de animais já adotam políticas preventivas, como suspender a adoção de gatos pretos na proximidade de datas supersticiosas. Incentivar essas medidas e apoiar financeiramente esses locais ajuda a reduzir o número de gatos expostos ao risco.
  6. Cuidado redobrado com anúncios online: Durante a sexta-feira 13, desconfie de anúncios ou pedidos de adoção com urgência para gatos pretos. É importante investigar o histórico de quem está oferecendo ou adotando, garantindo que o animal não seja entregue em mãos erradas.

A importância da desmistificação

Além das medidas de segurança, Dr. Matheus destaca a importância de educar as pessoas sobre os mitos em torno dos gatos pretos. “A mudança de mentalidade é a chave. Precisamos desconstruir o imaginário popular que associa esses animais a qualquer tipo de má sorte. Quanto mais falarmos sobre isso, menos espaço haverá para que essas superstições permaneçam”, afirma.

Ele sugere que escolas, ONGs e profissionais da área da saúde animal organizem palestras e workshops para jovens e adultos. “Educar as novas gerações sobre respeito aos animais é fundamental para garantir um futuro mais seguro para eles”, complementa.

Também segundo o veterinário, proteger os gatos pretos na sexta-feira 13 vai além de medidas pontuais; é necessário um esforço contínuo de conscientização e respeito aos animais. “Por mais que o mito tenha raízes históricas, as crenças que o sustentam não devem ser perpetuadas. Gatos, independentemente da cor de seus pelos, merecem lares amorosos e respeito. Quanto mais falarmos sobre amor e responsabilidade, mais poderemos transformar a realidade desses animais”, finaliza.

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